Praticamente teatro filmado (o que deve afugentar muita gente), antes de ser um manifesto feminino é um fato: tal horror realmente aconteceu em uma comunidade menonita na Bolívia, onde mulheres e meninas começaram a aparecer "violadas pelo Demônio" (não lembro como acabou esse caso). O debate que permeia o filme é como conciliar a fé (que é muito arraigada nelas, já que foram desde sempre criadas nesse meio), com a violência praticada pelos homens. A figura de August mostra que não é um filme contra os homens, e sim pelo abuso de poder praticado por alguns deles.
absolutamente genial a ideia de situar a história em uma data ao colocar o anúncio do recenseamento e surpresa nossa, o ano de 2010, lembrando que comunidades desse tipo realmente vivem como em séculos passados
Espetacular obra do cinema mudo (esquecer o enganatório subtítulo nacional), que faz uma defesa das pobres mulheres acusadas de bruxarias da Idade Média, fazendo analogia com a então "doença da moda" contemporânea ao filme, a histeria, no então auge idem da moda Sigmund Freud". Interessante notar que da mesma forma que acusa os seus antigos de superstição e crueldade (e faz uma singular ligação entre pobreza, doença e velhice como forma de acusação), mas idem mostra-se já defasado no tocante a Histeria feminina, hoje completamente em desuso. A forma como é contado e magnificamente idealizado graficamente, o coloca como uma das maiores obras já feitas.
Chazelle e os produtores com certeza ficaram pensando, "vamos fazer uma obra pra ganhar todos os Oscars possíveis", ledo engano, e mesmo que a Academia cometa muitas injustiças, acertou aqui, apenas indicando (e não vencendo) para 3 categorias técnicas. Filme muito (mas muito mesmo) irregular, mesclando momentos maravilhosos (a sequência de La Roy filmando com som pela primeira vez é espetacular), com sequencias ridicularmente exageradas (a da briga com a cascavel é uma das coisas mais desnecessárias e ridículas que já vi em uma grande obra). Em uma mão que não houvesse usado tanta cocaína, daria um filme muito melhor.
Mesmo que se inspirem na mesma obra, Nosferatu (1922) e Drácula de Bram Stocker (1992), suas concepções são muito distintas. O Nosferatu de Murnau é repugnante, um híbrido entre humano e animal, enquanto o de Coppola é belo e sedutor. A ambientação também, na obra do cinema mudo o plano de fundo é afinal, as doenças epidêmicas e mortíferas, tão comuns à época, e destaca-se que o sangue de uma donzela ("puro") que vai curar a todo mundo. A Ambientação expressionista vem muito a calhar na estória.
Sensível filme, que mesmo ambientado há 40 anos, traz assuntos absolutamente pertinentes a atualidade, como o racismo e o abuso/assedio sexual, além da bela homenagem ao Cinema. Mendes nos trazendo como de costume, uma bela fotografia (a cargo do excelente Diretor de Cinematografia Roger Deakins), atuação fantástica(mais uma) de Olivia Colman e de Micheal Ward.
Poderia ser louvável como um dos melhores documentários já feitos, simplesmente pela dificuldade técnica em realizá-lo (estamos falando de 100 anos atrás), mas podemos idem louvá-lo pelo retrato do ser humano em seu estado primordial, onde a única preocupação do dia a dia é a sobrevivência, no seu sentido mais estrito. As cenas explícitas de caças e maus tratos a animais, podem chocar alguns expectadores
Iñarritu no auge da pretensão, com essa enfadonha revisão da História mexicana, cheia de imagens com 450 mil metáforas (que o diretor fez só pra ele), em quase 3h de uma quase chatice (tem algumas coisas legais, como o diálogo com o Cortez). Curiosamente, uma sequencia metalinguística onde um crítico fala no meio do filme, que este é pretensioso. Mea culpa do diretor?
Monumental obra daquele que deve ser o melhor/maior retratista da república de Weimar, o cineasta Fritz Lang. Mabuse é um criminoso (ou anti-heroi) onipresente, que aparentemente está cansado da amoralidade da nova burguesia alemã, Mabuse joga com seus participantes. Repleto de ideias cinematográficas, essa obra de 4 horas e meia foi exibida em capítulos na época, como uma crônica policial.
A fraternidade (que escolheram para o título em português) fica expressa na estranha empatia que o juiz Joseph Kern (interpretado pelo magnífico Trintignan) tem pelos seus espionados, na falta de uma vida pessoal própria, ele escolhe nos outros o seu próprio destino (ao contrário da sua carreira). A fraternidade fica idem exposta nos cães que aparecem em todo o filme. PS- muito interessante a imersão rápida de personagens dos outros filmes da trilogia nas cenas finais.
Pattinson encarna muito bem o mais psicótico dos Batman das grandes franquias até o momento e o menos Bruce Wayne: ele abre mão de todo o conforto que os outros Waynes aproveitam. A princípio poderia parecer que o filme poderia (ou deveria) ser mais enxuto, mas é o tempo necessário para se contar a história que se propõe. Ponto baixo do filme é o sub-aproveitamento do Pinguim (mas prometeram algo a mais para as possíveis continuações). PS- em determinado momento, quando Batman, onipotente, vai em busca de um encurralado Pinguim, a trilha sonora remete à Marcha Imperial de Darth Vader. Homenagem ou sugestão?
Com um início e fim extremamente óbvios (a ponto de incomodar), o meio do filme é bastante interessante, misturando Moby Dick, King Kong e Pokémon (aliás nunca vi um personagem mais gritantemente escrito para ser apenas produto de merchadising do que aquele anfíbio azul). Regular, mas visualmente é muito bem feito.
Mais uma clássica super-produção de Griffith, acompanhado da sua onipresente musa Lilian Gish (aqui contracenando com sua irmã Dorothy Gish), com impressionantes sequências como a tomada da Bastilha e o julgamento do Comitê de Salvação Pública, além de saber usar com maestria o timing de suspense. Peca por diversos erros históricos em relação a Revolução Francesa (alguns muito grosseiros).
Não há cineasta masculino nesse mundo que entenda mais do universo feminino do que Almodovar, desde o início, ele as ama de paixão, encantado com todas as neuroses, com todos os carinhos e dedicação delas, esse filme é uma verdadeira pérola, atuações fantásticas nesse idioma espanhol delicioso. Em algum ponto lembra até as coincidências cômicas dos filmes de Roberto Benigni, mas com uma profundidade e classe muito maiores.
Grandiloquente obra do cinema sueco, com temática lúgubre e dramática, que consegue ser apesar disso (e da época) absolutamente sóbria. Me chamou muito a atenção que os atores, especialmente Victor Sjöström (que atuação!); conseguem se abster das atuações caricaturescas do cinema de então (não era uma falha, era uma característica do cinema mudo), passando sentimentos com a devida economia.
A estorinha de jogo de detetive até que ia legal, mesmo que forçada e com um elenco absolutamente canastrão (embora eu creia que essa seja mesmo a ideia), mas pelo amor de Deus, que finalização ridícula, patética, de ensino fundamental.
Filme extremamente importante, não só por se tratar de uma das primeiras produções conduzidas por artistas negros, como com uma coragem gigantesca para há cem anos, denunciar o extremo racismo, a maldade dos brancos ricos e pobres, a injustiça que os negros sofriam, os aproveitadores negros que, querendo ser bem recebidos pelos brancos, praticavam maldades contra o seu próprio povo (o conto do Reverendo é fantástico). Aliás, o personagem Efram parece ter sido clara inspiração para o personagem Stephen (Samuel L Jackson) no "Django Livre" de Quentin Tarantino.
Visualmente inspirado por Metropolis (1927), em um sufocante cenário úmido e frio, consegue concentrar uma grande carga ontológica, sem ser chato um segundo. A petição dos replicantes, é afinal, as mesmas dos seres humanos que pedem ao seu Criador mais tempo de vida. Rutger Hauer excelente como Roy Batty e Sean Young muito convincente como uma máquina que descobre que sua vida não passa de uma mentira bem contada. A trilha de Vangelis continua boa, mas envelheceu muito mais do que o filme.
O renomado diretor, roteirista e crítico de cinema, Paul Schrader, escreveu: "Começa, uma porção de coisas legais na tela e termina. Essa é a minha análise para esse filme"
A segunda aventura dos hippies azuis sobre fundo verde, seria um suplício interminável de mais de 3h se não fosse a impressionante sequência do ataque ao navio dos pescadores de Tulkun, que realmente enche os olhos, não fosse isso, com a interminável história dos super bonzinhos x super malvados, seria realmente muito difícil de assistir inteiro. Repleto de furos ilógicos "Eu sou muito, mas muito malvado, tenho uma tecnologia absurdamente avançada, mas mesmo assim, prefiro sair no braço individualmente com os meus inimigos, os quais odeio imensamente".
Cameron aparentemente ou ficou com saudade, ou realmente quis fazer uma auto homenagem, ao citar visualmente alguns dos seus filmes como "Aliens"; "O Segredo do Abismo" e "Titanic".
Minha nota não foi mais baixa porque admito, fazer um filme desses deve dar um trabalho técnico absurdo.
Quando eu me presto a ver um filme baseado em HQs (e isso acontece poucas vezes) eu quero me entregar a um divertimento ágil, não quero ficar quase 3h sentado assistindo a dilemas existenciais, conflitos familiares, consciência social, etc. Se o primeiro Pantera Negra entregou tudo isso (em um muito bom filme), o segundo se acreditou demasiado importante e ficou mesmo, tedioso. Não quero exigir lógica em um filme baseado em HQ, mas há de se pedir alguma: 1) Wakanda está séculos a frente do restante das outras nações da Terra; não há nação que possa derrotá-los, aliás qualquer uma será destruída facilmente; 2) Talokan consegue se equivaler a Wakanda e em algum momento quase superá-la; 3) Por que diabos Talokan deve temer os EUA (em analogia seria o mesmo que os EUA hoje temer Andorra e olhe lá) a ponto de querer forçar uma guerra com Wakanda que os coloque como aliados contras as ameaças dos países do mundo, sendo que essa guerra com Wakanda pode terminar com a grande probabilidade de destruir Talokan?
Uma boa história que merecia uma direção menos espalhafatosa (Meu Deus, pra quê tantas cenas alongadas até a eternidade?) ou então um editor que dissesse, "corta isso pela metade". Não sou absolutamente contra cenas contemplativas/alongadas, mas é preciso total cuidado para que funcionem, o que não é o caso de "Blonde".
Armas em um momento, estava tão perdida quanto a personagem do filme, não sabia se personificava Norma Jean ou Monroe. Vale lembrar que é uma cinebiografia livre, baseando em fatos da vida da estrela, algumas mais por conjectura do que por realidade, agora se a vida da MM foi do jeito que é personificada na obra, foi um terror absoluto, não há um segundo de felicidade (e isso Armas conseguiu demonstrar com sucesso)
Tem uma pequena sequencia fantástica: uma doentia trilha sonora (que também é um dos pontos positivos do filme) quando da apresentação de "Quanto mais quente melhor"
Apesar de irregular (tem sequencias antológicas, mas idem algumas totalmente desnecessárias), é um muito bom filme. Repleto de simbologias, faz uma leitura extremamente acurada do mundo moderno, com um hilário embate entre um bilionário russo (o ator Zlatko Buric, excelente) que viveu sob o regime soviético e agora é fã incondicional do capitalismo e um comandante de navio (Woody Harrelson, com as mesmas caras e bocas de sempre, mas ok) socialista;
A primeira coisa que me veio a cabeça, foi "Como é que o Michael Bay não dirigiu esse filme", dado a gigantesca e absurda coletânea de todos os clichês possíveis; E concorreu a Oscar de MELHOR FILME
Série de sketchs contando o cotidiano de Marcello,(Mastroiani, no auge da beleza física) um jornalista pobre que vive das festas dos ricos, que mesmo com um niilismo descarado, consegue cativar a todos (ou ao menos aqueles que querem a sua publicidade), amar a todas as mulheres do mundo e se sentir inquieto. Vai chocar as audiências do século XXI em razão das várias cenas de violência às mulheres e a homoafeitvos (mas mesmo assim, é corajoso, porque creio que é o filme mais antigo que lembro onde aparecem travestis). São 3h absolutamente ininterruptas.
Entre Mulheres
3.7 262Praticamente teatro filmado (o que deve afugentar muita gente), antes de ser um manifesto feminino é um fato: tal horror realmente aconteceu em uma comunidade menonita na Bolívia, onde mulheres e meninas começaram a aparecer "violadas pelo Demônio" (não lembro como acabou esse caso). O debate que permeia o filme é como conciliar a fé (que é muito arraigada nelas, já que foram desde sempre criadas nesse meio), com a violência praticada pelos homens. A figura de August mostra que não é um filme contra os homens, e sim pelo abuso de poder praticado por alguns deles.
PS-
absolutamente genial a ideia de situar a história em uma data ao colocar o anúncio do recenseamento e surpresa nossa, o ano de 2010, lembrando que comunidades desse tipo realmente vivem como em séculos passados
Haxan: A Feitiçaria Através dos Tempos
4.2 182 Assista AgoraEspetacular obra do cinema mudo (esquecer o enganatório subtítulo nacional), que faz uma defesa das pobres mulheres acusadas de bruxarias da Idade Média, fazendo analogia com a então "doença da moda" contemporânea ao filme, a histeria, no então auge idem da moda Sigmund Freud". Interessante notar que da mesma forma que acusa os seus antigos de superstição e crueldade (e faz uma singular ligação entre pobreza, doença e velhice como forma de acusação), mas idem mostra-se já defasado no tocante a Histeria feminina, hoje completamente em desuso.
A forma como é contado e magnificamente idealizado graficamente, o coloca como uma das maiores obras já feitas.
Babilônia
3.6 332 Assista AgoraChazelle e os produtores com certeza ficaram pensando, "vamos fazer uma obra pra ganhar todos os Oscars possíveis", ledo engano, e mesmo que a Academia cometa muitas injustiças, acertou aqui, apenas indicando (e não vencendo) para 3 categorias técnicas. Filme muito (mas muito mesmo) irregular, mesclando momentos maravilhosos (a sequência de La Roy filmando com som pela primeira vez é espetacular), com sequencias ridicularmente exageradas (a da briga com a cascavel é uma das coisas mais desnecessárias e ridículas que já vi em uma grande obra). Em uma mão que não houvesse usado tanta cocaína, daria um filme muito melhor.
Nosferatu
4.1 628 Assista AgoraMesmo que se inspirem na mesma obra, Nosferatu (1922) e Drácula de Bram Stocker (1992), suas concepções são muito distintas. O Nosferatu de Murnau é repugnante, um híbrido entre humano e animal, enquanto o de Coppola é belo e sedutor. A ambientação também, na obra do cinema mudo o plano de fundo é afinal, as doenças epidêmicas e mortíferas, tão comuns à época, e destaca-se que o sangue de uma donzela ("puro") que vai curar a todo mundo.
A Ambientação expressionista vem muito a calhar na estória.
Império da Luz
3.3 65 Assista AgoraSensível filme, que mesmo ambientado há 40 anos, traz assuntos absolutamente pertinentes a atualidade, como o racismo e o abuso/assedio sexual, além da bela homenagem ao Cinema. Mendes nos trazendo como de costume, uma bela fotografia (a cargo do excelente Diretor de Cinematografia Roger Deakins), atuação fantástica(mais uma) de Olivia Colman e de Micheal Ward.
Nanook, o Esquimó
3.8 81 Assista AgoraPoderia ser louvável como um dos melhores documentários já feitos, simplesmente pela dificuldade técnica em realizá-lo (estamos falando de 100 anos atrás), mas podemos idem louvá-lo pelo retrato do ser humano em seu estado primordial, onde a única preocupação do dia a dia é a sobrevivência, no seu sentido mais estrito. As cenas explícitas de caças e maus tratos a animais, podem chocar alguns expectadores
eu particularmente fiquei morrendo de dó da raposinha
Bardo, Falsa Crônica de Algumas Verdades
3.3 83Iñarritu no auge da pretensão, com essa enfadonha revisão da História mexicana, cheia de imagens com 450 mil metáforas (que o diretor fez só pra ele), em quase 3h de uma quase chatice (tem algumas coisas legais, como o diálogo com o Cortez).
Curiosamente, uma sequencia metalinguística onde um crítico fala no meio do filme, que este é pretensioso. Mea culpa do diretor?
Dr. Mabuse, o Jogador
4.0 42Monumental obra daquele que deve ser o melhor/maior retratista da república de Weimar, o cineasta Fritz Lang. Mabuse é um criminoso (ou anti-heroi) onipresente, que aparentemente está cansado da amoralidade da nova burguesia alemã, Mabuse joga com seus participantes.
Repleto de ideias cinematográficas, essa obra de 4 horas e meia foi exibida em capítulos na época, como uma crônica policial.
A Fraternidade é Vermelha
4.2 439 Assista AgoraA fraternidade (que escolheram para o título em português) fica expressa na estranha empatia que o juiz Joseph Kern (interpretado pelo magnífico Trintignan) tem pelos seus espionados, na falta de uma vida pessoal própria, ele escolhe nos outros o seu próprio destino (ao contrário da sua carreira). A fraternidade fica idem exposta nos cães que aparecem em todo o filme.
PS- muito interessante a imersão rápida de personagens dos outros filmes da trilogia nas cenas finais.
Batman
4.0 1,9K Assista AgoraPattinson encarna muito bem o mais psicótico dos Batman das grandes franquias até o momento e o menos Bruce Wayne: ele abre mão de todo o conforto que os outros Waynes aproveitam. A princípio poderia parecer que o filme poderia (ou deveria) ser mais enxuto, mas é o tempo necessário para se contar a história que se propõe. Ponto baixo do filme é o sub-aproveitamento do Pinguim (mas prometeram algo a mais para as possíveis continuações).
PS- em determinado momento, quando Batman, onipotente, vai em busca de um encurralado Pinguim, a trilha sonora remete à Marcha Imperial de Darth Vader. Homenagem ou sugestão?
A Fera do Mar
3.7 236 Assista AgoraCom um início e fim extremamente óbvios (a ponto de incomodar), o meio do filme é bastante interessante, misturando Moby Dick, King Kong e Pokémon (aliás nunca vi um personagem mais gritantemente escrito para ser apenas produto de merchadising do que aquele anfíbio azul). Regular, mas visualmente é muito bem feito.
Órfãos da Tempestade
3.2 1Mais uma clássica super-produção de Griffith, acompanhado da sua onipresente musa Lilian Gish (aqui contracenando com sua irmã Dorothy Gish), com impressionantes sequências como a tomada da Bastilha e o julgamento do Comitê de Salvação Pública, além de saber usar com maestria o timing de suspense. Peca por diversos erros históricos em relação a Revolução Francesa (alguns muito grosseiros).
Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos
4.0 550 Assista AgoraNão há cineasta masculino nesse mundo que entenda mais do universo feminino do que Almodovar, desde o início, ele as ama de paixão, encantado com todas as neuroses, com todos os carinhos e dedicação delas, esse filme é uma verdadeira pérola, atuações fantásticas nesse idioma espanhol delicioso. Em algum ponto lembra até as coincidências cômicas dos filmes de Roberto Benigni, mas com uma profundidade e classe muito maiores.
Argentina, 1985
4.3 334Produção: irreparável
Direção: perfeita
Atuações: espetaculares, de uma sobriedade e naturalidade invejáveis
Tema: pertinente e universal.
O CINEMA ARGENTINA É MUITO BOM!!!!!
A Carruagem Fantasma
4.3 116Grandiloquente obra do cinema sueco, com temática lúgubre e dramática, que consegue ser apesar disso (e da época) absolutamente sóbria. Me chamou muito a atenção que os atores, especialmente Victor Sjöström (que atuação!); conseguem se abster das atuações caricaturescas do cinema de então (não era uma falha, era uma característica do cinema mudo), passando sentimentos com a devida economia.
Glass Onion: Um Mistério Knives Out
3.5 652 Assista AgoraA estorinha de jogo de detetive até que ia legal, mesmo que forçada e com um elenco absolutamente canastrão (embora eu creia que essa seja mesmo a ideia), mas pelo amor de Deus, que finalização ridícula, patética, de ensino fundamental.
Dentro de Nossos Portões
3.3 33 Assista AgoraFilme extremamente importante, não só por se tratar de uma das primeiras produções conduzidas por artistas negros, como com uma coragem gigantesca para há cem anos, denunciar o extremo racismo, a maldade dos brancos ricos e pobres, a injustiça que os negros sofriam, os aproveitadores negros que, querendo ser bem recebidos pelos brancos, praticavam maldades contra o seu próprio povo (o conto do Reverendo é fantástico). Aliás, o personagem Efram parece ter sido clara inspiração para o personagem Stephen (Samuel L Jackson) no "Django Livre" de Quentin Tarantino.
Blade Runner: O Caçador de Andróides
4.1 1,6K Assista AgoraVisualmente inspirado por Metropolis (1927), em um sufocante cenário úmido e frio, consegue concentrar uma grande carga ontológica, sem ser chato um segundo. A petição dos replicantes, é afinal, as mesmas dos seres humanos que pedem ao seu Criador mais tempo de vida. Rutger Hauer excelente como Roy Batty e Sean Young muito convincente como uma máquina que descobre que sua vida não passa de uma mentira bem contada.
A trilha de Vangelis continua boa, mas envelheceu muito mais do que o filme.
Avatar: O Caminho da Água
3.9 1,3K Assista AgoraO renomado diretor, roteirista e crítico de cinema, Paul Schrader, escreveu: "Começa, uma porção de coisas legais na tela e termina. Essa é a minha análise para esse filme"
A segunda aventura dos hippies azuis sobre fundo verde, seria um suplício interminável de mais de 3h se não fosse a impressionante sequência do ataque ao navio dos pescadores de Tulkun, que realmente enche os olhos, não fosse isso, com a interminável história dos super bonzinhos x super malvados, seria realmente muito difícil de assistir inteiro. Repleto de furos ilógicos "Eu sou muito, mas muito malvado, tenho uma tecnologia absurdamente avançada, mas mesmo assim, prefiro sair no braço individualmente com os meus inimigos, os quais odeio imensamente".
Cameron aparentemente ou ficou com saudade, ou realmente quis fazer uma auto homenagem, ao citar visualmente alguns dos seus filmes como "Aliens"; "O Segredo do Abismo" e "Titanic".
Minha nota não foi mais baixa porque admito, fazer um filme desses deve dar um trabalho técnico absurdo.
Pantera Negra: Wakanda Para Sempre
3.5 799 Assista AgoraQuando eu me presto a ver um filme baseado em HQs (e isso acontece poucas vezes) eu quero me entregar a um divertimento ágil, não quero ficar quase 3h sentado assistindo a dilemas existenciais, conflitos familiares, consciência social, etc. Se o primeiro Pantera Negra entregou tudo isso (em um muito bom filme), o segundo se acreditou demasiado importante e ficou mesmo, tedioso. Não quero exigir lógica em um filme baseado em HQ, mas há de se pedir alguma:
1) Wakanda está séculos a frente do restante das outras nações da Terra; não há nação que possa derrotá-los, aliás qualquer uma será destruída facilmente;
2) Talokan consegue se equivaler a Wakanda e em algum momento quase superá-la;
3) Por que diabos Talokan deve temer os EUA (em analogia seria o mesmo que os EUA hoje temer Andorra e olhe lá) a ponto de querer forçar uma guerra com Wakanda que os coloque como aliados contras as ameaças dos países do mundo, sendo que essa guerra com Wakanda pode terminar com a grande probabilidade de destruir Talokan?
Blonde
2.6 443 Assista AgoraUma boa história que merecia uma direção menos espalhafatosa (Meu Deus, pra quê tantas cenas alongadas até a eternidade?) ou então um editor que dissesse, "corta isso pela metade". Não sou absolutamente contra cenas contemplativas/alongadas, mas é preciso total cuidado para que funcionem, o que não é o caso de "Blonde".
Armas em um momento, estava tão perdida quanto a personagem do filme, não sabia se personificava Norma Jean ou Monroe. Vale lembrar que é uma cinebiografia livre, baseando em fatos da vida da estrela, algumas mais por conjectura do que por realidade, agora se a vida da MM foi do jeito que é personificada na obra, foi um terror absoluto, não há um segundo de felicidade (e isso Armas conseguiu demonstrar com sucesso)
Tem uma pequena sequencia fantástica: uma doentia trilha sonora (que também é um dos pontos positivos do filme) quando da apresentação de "Quanto mais quente melhor"
Triângulo da Tristeza
3.6 730 Assista AgoraApesar de irregular (tem sequencias antológicas, mas idem algumas totalmente desnecessárias), é um muito bom filme. Repleto de simbologias, faz uma leitura extremamente acurada do mundo moderno, com um hilário embate entre um bilionário russo (o ator Zlatko Buric, excelente) que viveu sob o regime soviético e agora é fã incondicional do capitalismo e um comandante de navio (Woody Harrelson, com as mesmas caras e bocas de sempre, mas ok) socialista;
Top Gun: Maverick
4.2 1,1K Assista AgoraA primeira coisa que me veio a cabeça, foi "Como é que o Michael Bay não dirigiu esse filme", dado a gigantesca e absurda coletânea de todos os clichês possíveis;
E concorreu a Oscar de MELHOR FILME
A Doce Vida
4.2 316 Assista AgoraSérie de sketchs contando o cotidiano de Marcello,(Mastroiani, no auge da beleza física) um jornalista pobre que vive das festas dos ricos, que mesmo com um niilismo descarado, consegue cativar a todos (ou ao menos aqueles que querem a sua publicidade), amar a todas as mulheres do mundo e se sentir inquieto. Vai chocar as audiências do século XXI em razão das várias cenas de violência às mulheres e a homoafeitvos (mas mesmo assim, é corajoso, porque creio que é o filme mais antigo que lembro onde aparecem travestis). São 3h absolutamente ininterruptas.