Fica difícil de se envolver com o drama do fotógrafo amador que trabalha numa assistência técnica de equipamento fotográfico, quando um velho chega na loja e abandona uma máquina antiga, ele passa a usá-la, tira fotos com ela e percebe ao revelar, que uma delas não foi ele quem tirou, é a imagem de uma bela jovem, nua e com olhar entre assustado e triste.
Ao conseguir exibir as fotos que tira com a máquina antiga em uma mostra, é abordado por um inspetor de polícia que informa que a moça misteriosa da foto havia sido assassinada e passa a persegui-lo como um suspeito do crime.
A partir daí começa um jogo de gato e rato entre o fotógrafo e o inspetor de polícia, num enredo repetitivo e maçante. Enfim, o filme é chato.
No final, o inspetor é o assassino, mas ficam várias dúvidas. Quem tirou a foto? A máquina tem algum poder sobrenatural? A conversa que o protagonista tem com o velho mais confunde que esclarece.
Um bom giallo com um dos títulos mais chamativos e intrigantes do sub-gênero italiano, além disso, há uma explicação bastante curiosa para o título que faz uma analogia com o método usado pelo assassino.
Bela trilha sonora do mestre Ennio Morricone e boa interpretação de Giancarlo Giannini mergulhado em dúvidas sobre sua competência para ser policial.
A trama envolve e prende a atenção até seu desfecho e a identidade do assassino me surpreendeu.
Um giallo com todos os elementos do gênero, aquele sangue vermelho falso típico das produções das décdas de 60/70, um assassino misterioso e muitas mortes, todas com estilo.
O filme já começa com uma das mortes mais bizarras que já vi em um filme, uma cabeça sendo arrancada por uma escavadeira.
A trama, que é um pouco confusa, é esclarecida no final, com um encerramente estilo "Agatha Christie", quando o inspetor reúne todos os suspeitos para contar quem é o assassino e como chegou a tal conclusão.
Só achei hilário, o assassino envergonhado ao ter sua identidade revelada. Sério que ele sente vergonha depois de eliminar metade do elenco do filme das formas mais cruéis?
Há uma cena um tanto chocante para os dias atuais, quando surpreendentemente, surge uma criança totalmente nua, creio que para fazer determinado personagem parecer culpado, cena essa que li foi cortada em algumas edições em dvd. A menina surge diante do inspetor e de um homem que estava sendo interrogado por ele, ao qual o homem inocentemente responde que a menina "era uma modelo". Claro que hoje em dia, o homem provavelmente seria imediatamente preso.
bem violento, não poupando o assistente do xerife, que parecia se redimir ajudando o mocinho e caminhando para um fim menos trágico. O beijo do casal em frente à explosão, é bizarro.
Assisti no YouTube com o título de "Tumba maldita", também genérico mas um pouco menos do que o simples "A maldição".
A premissa é clichê, o medo de ser enterrado vivo, explorado em vários filmes da época principalmente em adaptações de Edgar Allan Poe, e a realização é bastante teatral, com atuações exageradas.
As mortes até são criativas mas a identidade do assassino é previsível e a narrativa arrastada.
É a estreia de Roy Scheider no cinema (creditado como Roy R. Scheider).
Apesar de ter achado bem mediano, sempre acredito que é válido conferir filmes antigos pouco conhecidos, seja por curiosidade cinéfila ou para entretenimento mesmo.
"Duro de matar" versão Casa Branca, é a melhor definição deste filme mas isso não quer dizer que seja ruim, pelo contrário, cumpre seu papel como um ótimo filme de ação.
Todas aquelas cenas eletrizantes (e absurdas) com um protagonista indestrutível, mas é isso que esperamos ver num filme assim.
Efeitos impressionantes, e ainda bem que é esclarecido que a Casa branca tem seguro, já que foi destruída inúmeras vezes em vários filmes.
Gerad Butler é bom ator e tem recursos dramáticos superiores à maioria destes atores típicos de filmes de ação e aqui ele tem bons coadjuvantes como Morgan Freeman, Aaron Eckhart, Angela Bassett, Dylan McDermott e Ashley Judd, cujo personagem morre logo no início (pode ser que precisasse pagar um boletos, para aceitar uma participação pequena como essa).
que o filho dela não era real, imaginei mesmo que tivesse morrido e este era o motivo de sua perturbação mental, quando o marido fala várias vezes para ela "tomar o remédio".
A revelação do assassino foi satisfatória e imprevisível porém
após revelaram que Ellen (Hope Davis) era a serial killer, resolvem acrescentar uma cena final em que vemos que Malcolm (Simon Baker) era real e não uma projeção da mente desequilibrada de Ellen e que provalvelmente fosse ele o verdadeiro assassino.
Essa cena final que pretendeu acrescentar um plot twist ao plot twist, me pareceu desnecessária e anticlimática, o que para mim, surpreendeu, mas negativamente.
Praticamente uma versão feminina de "O fugitivo" e ainda com o mesmo perseguidor Tommy Lee Jones, mas não deixa de ser um filme muito bom, daqueles filmes de suspense e ação que só os anos 80 e 90 nos proporcionaram.
SPOILERS ABAIXO:
Ashley Judd, além de linda, tem ótima atuação como Elizabeth "Libby", a inocente da vez, condenada injustamente pela morte do marido, que nem morto estava. Tommy Lee Jones, praticamente repete o mesmo personagem de "O fugitivo", só que com outro nome e, como se não bastasse ser enganado pelo Harrison Ford, repete a dose com a Ashley Judd.
Eletrizantes sequências de ação, como a fuga de Libby que termina com o acidente do carro da polícia, Libby se atirando com o carro no mar ou a angustiante e claustrofóbica cena quando ela é enterrada viva pelo marido.
Quando vi que era um filme de Dario Argento, não que tenha visto muitos filmes do diretor, mas esperava pelo menos uma estética visual diferente e criativa, algo mais dramaticamente colorido como seus mais famosos giallos, e não teve nada disso, pelo contrário tivemos closes ousados de corpos azulados ou cinzentos e esmaecidos.
O desenvolvimento da narrativa foi muito arrastado e repetitivo, com o assassino propondo jogar pôquer para impedir que ele matasse as moças que raptava. Situação que se repetiu durante todo o tempo.
As atuações em filmes de Argento são sempre sofríveis, inclusive no seu clássico "Suspiria", e nesse não é diferente. Curioso ver Liam Cunningham como o policial irlandês John antes de se tornar mundialmente conhecido pelo fenômeno "Game of thrones" e sua performance é a mais razoável do elenco.
com o desfafio proposto pelo serial killer na linha do trem deu vergonha alheia com a burrice do assassino, que se julgava tão inteligente. Mesmo sendo cinema, o desfecho foi muito absurdo. Além disso, a identidade do assassino, o policial bobo apaixonado pela protagonista, é meio óbvia. Não houve concessão para um final feliz e Remo, o adolescente que desafia o jogador acaba morrendo, assim como John.
é a mudança de personalidade de Ted que, a princípio afetuoso e preocupado com a irmã eo sobrinho, se transforma em irônico e sarcástico, querendo se livrar de Thor e parecendo divertir-se com isso.
Tirando absurdos como um cachorro enfrentar um lobisomem, é divertido.
Vi várias adaptações de "A outra volta do parafuso" de Henry James, provavelmente todas, em filmes e mais recentemente a série "A maldição da mansão Bly" de Mike Flanagan.
Esta tem muitos semelhanças com "Os inocentes" de 1961, a melhor adaptação da obra literária, inclusive seu final. Parece quase uma refilmagem do filme clássico.
A ambientação é boa, em uma fazenda de café na qual cria-se uma atmosfera sinistra com a casa envolta em sombras quando o gerador que a ilumina começa a falhar.
Laura (Virginia Cavendish, com boa performance) é a professora que chega na fazenda para ser a tutora de duas crianças órfãs e aos poucos começa a ter visões e a mergulhar naquela atmosfera sobrenatural que se transforma em uma crescente paranoia.
As duas crianças Elisa (Mel Maia) e Antonio (Xande Valois) tem atuações convincentes, assim como a governanta da casa Dina (Ana Lucia Torre, a melhor do elenco).
Ficamos entre o terror sobrenatural e o psicológico, como na produção de 1961, embora não chegue a ser excelente, acho uma produção bem cuidada e com boas atuações, e é sempre bom ver o cinema nacional se arriscar num gênero que dificilmente se aventura.
Não costumo ver filmes de super herói, vi o primeiro " Aquaman", acho que um "Homem de Ferro" e um "Avengers", por causa do meu afilhado, portanto não vou fazer comparações e nem falar de mitologia do personagem, pois não conheço nada, embora pelo que li nos comentários abaixo, esse Besouro Azul é um personagem meio desconhecido.
Confesso que resolvi assistir este Besouro por curiosidade para saber como Bruna Marquezine se saiu na sua estreia em Hollywood atuando em inglês e não fez feio, com um inglês decente e uma atuação desenvolta e tem química com o protagonista Xolo Maridueña, que nunca tinha visto mais gordo, mas é bonitinho.
Parece uma novela mexicana, com o moço pobre apaixonado pela moça rica, cenas de ação cheia de efeitos digitais, tudo muito exagerado, colorido, como os gringos imaginam que todos os latinos são, algo como um eterno carnaval ou uma festa de dia dos mortos.
O filme tem uma familia mexicana com todos os estereotipos possíveis de como os americanos vêem os povos latinos, então não sei se o filme agrada aos latinos, que vão se ver caricatos ou os americanos, que não devem estar muito interessados em tramas com várias falas em espanhol e elenco quase totalmente latino, com exceção de uma perdida Susan Sarandon.
Apesar de tudo, achei divertido, mas eu, que não entendo nada de filme de super herói arrisco dizer que quem gosta desse tipo de filme, deve ter achado que este nem deveria ter sido produzido e o besouro poderia continuar esquecido.
Como disse o Vagnerfoxx, é uma bomba, mas uma bomba divertida... e colorida.
Alguns consideram um giallo, acho que está mais para um suspense psicológico com alguns toques de drama.
Com um elenco de apenas quatro atores, cujo nome mais conhecido é Giancarlo Gianinni, aos 23 anos em sua estreia no cinema com uma atuação convincente.
Apesar do ritmo lento, o enredo consegue envolver auxiliado pela boa ambientação, uma casa à beira de uma penhasco que termina no mar com suas ondas belas e ao mesmo tempo perigosas.
Na parte final reviravoltas vão se sucedendo, o que deixa a trama divertida, até um desfecho
verdadeiramente trágico, com três dos protagonistas mortos e o quarto caminhando para um fim mais trágico ainda, viva amarrada à uma cama em uma mansão onde ninguém iria aparecer para salvá-la, não que não merecesse por tudo que tinha feito.
Filme intrigante, com quase toda a ação reduzida em um único cenário, um belíssimo palácio em Roma, concentrado quase todo o tempo em 3 personagens, com um quarto em menor participação.
Sergio (Richard Logan) aceita o trabalho da enigmática Consuelo Lorente (Sarah Ferrati) para trabalhar organizando os escritos de seu marido, reluta mas aceita quando conhece a bela filha dela, Aura (Rosana Schiaffino).
Fica-se então em um misterioso jogo de sedução entre Sergio e Aura, com a intervenção em certos momentos de sua mãe, ambas as mulheres aparecem e somem pelos ambientes do antigo palácio. Não é difícil perceber que
não são mãe e filha, mas a mesma pessoa. Entendo que Consuelo era uma bruxa (como diz o título em italiano ou feiticeira, como no nacional) e ao consumir alguma espécie de erva que cultivava em seu jardim se transformava na jovem Aura. Embora as duas apareçam juntas em algumas cenas, talvez também sugerindo que Sergio enfeitiçado conseguia ver a ambas.
Sergio é um homem mulherengo e machista, em uma cena chega a bater em Aura e despreza Consuelo porque a considera velha, mas acaba sendo completamente dominado e enlouquece apaixonado e obcecado por Aura. Chega a matar um amante anterior de Aura (Gian Maria Volonté) quando entendemos que
aquilo era um círculo vicioso, Consuelo atraía os homens com anúncios em jornal oferecendo emprego, Aura os seduzia e depois se livrava do amante anterior com a ajuda do novo amante.
Bastante erótico para a época, o final é trágico, violento e apoteótico.
que a Carrie Anne não era a Carrie Anne, que o Ryan que era o psicopata, que ele tinha assassinado os pais por ter sido criado como menina quando foi responsabilizado pela morte da irmã que até então a gente pensava que ainda estava viva?
Apesar do ritmo lento e das cenas repetitivas, como não fui genial ao ponto de prever toda as reviravoltas da trama, que para mim foram surpreendentes, considero um bom filme.
As atuações não comprometem e o filme ganhou destaque mais pela participação de Jennifer Lawrence antes de virar um estrela oscarizada.
Como nos dois filmes anteriores, "Assassinato no Expresso Oriente" e "Morte no Nilo" dirigidos por Kenneth Branagh e por ele protagonizados no papel do detetive Hercule Poirot, este também tem design de produção, fotografia e figurinos belíssimos, mas é o que mais se afasta da obra literária original de Agatha Christie.
Nem o título do livro foi mantido, "Halloween's Party" que no Brasil foi traduzido como "A noite das bruxas", título coerentemente mantido para o filme, ao invés da tradução literal de "A haunting in Venice" (Uma assombração em Veneza).
Com exceção da presença de Hercule Poirot, de sua amiga Ariadne Oliver e alguns poucos personagens com o mesmo nome do livro, mas em situações e cenários completamente diversos, a trama cinematográfica é bem diferente da obra que a inspirou.
"A noite das bruxas" de Agatha Christie tem lugar em um vila próxima a Londres, não em Veneza, o assassinato "principal", digamos assim, é de uma menina, não de uma vidente, a tentativa de assassinato sofrida por Poirot é o que ocorre com a menina assassinada, e por aí vai, tudo é diferente.
Confesso que a trama do livro é muito mais elaborada e bem engendrada, mas Branagh optou por praticamente recriar o enredo. Nâo ficou ruim, mas o mistério idealizado por Agatha é muito mais criativo. Branagh poderia ter adaptado certas situações, mas não mudá-las totalmente.
Branagh optou por uma trama com tons sobrenaturais, inclusive seu final, e o livro opta mesmo pelo mistério policial, perfeitamente plausível e lógico, como a mente de Poirot.
É um bom flme com produção requintada, mas para mim, que já li toda o obra da escritora inglesa, foi um tanto decepcionante. Podem dizer que reproduzir exatamente a trama do livro, seria mais fácil e menos desafiador, porém quem lê Agatha Christie, gosta de suas tramas elaboradas, cheia de pistas, que muitas vezes passam despercebidas pela genialidade com que a escritora as insere na narrativa, sendo assim, acho que fantasmas e assombrações é melhor deixar para filmes de terror propriamente ditos.
Entendo que muitos não tenham gostado pois em se tratando de entretenimento, "O mundo depois de nós" é chato... é um filme onde as coisas não acontecem, são apenas insinuadas, não há ação, destruição, nem nada daquilo que se espera de um apocalipse, porque na verdade seria um pré-apocalipse.
Há muitas simbologias, e é preciso ter vontade e paciência para decifrá-las ou pelo menos tentar, ou seja, não é um filme fácil, muitos diálogos, questionamentos, silêncios.
Temos 5 personagens acuados e desconfiados, sem saber o que realmente está acontecendo. Confinados num ambiente calmo e luxuoso, começam a ter indícios de que algo não está certo e alguma coisa realmente ruim ocorre "lá fora". (Me lembrei de "Arquivo X", "The truth is out there" - a verdade está lá fora, a série que é o supra sumo das teorias de conspiração).
Amanda (Julia Roberts) só pensa na família, diz que "odeia pessoas", desconfia de Scott (Mahershala Ali) e sua filha Ruth (Myha'la) que chegam no meio da noite dizendo que aquela casa maravilhosa é deles. George (Ethan Hawk) o marido, bonachão e tranquilo, e os filhos Rose (Farrah Mackenzie) e Archie (Charlie Evans), típicos adolescentes perdidos sem a tecnologia com a qual convivem 24 horas por dia. Pessoas totalmente diversas obrigadas a conviver sob o mesmo teto.
Ser humanos confinados em um ambiente geralmente gera conflitos, vide os "big brothers" por aí, e não é diferente aqui, ainda mais com o acréscimo do medo e da incerteza de acontecimentos estranhos, queda de aviões, navios avançando para a praia, barulhos inexplicáveis. O medo desperta o pior em nós e todos nós temos um lado escuro.
Há ainda o personagem de Kevin Bacon (Danny) aquele que está preparado para o fim do mundo, mestre nas teorias de conspiração, que todos odeiam e criticam, mas que no final é para onde correm quando precisam de ajuda.
O final é aberto e inconclusivo, entendemos que todos estariam indo para o mesmo lugar, o bunker que Rose encontra, mas haveria salvação para todos?
Vi uma metáfora na fixação de Rose na série "Friends", que é definida na fala de Ruth, como "algo nostálgico de um tempo que não existiu", ela também assistiu, mas nem ela ou Rose viveram aquilo, eram pequenas e Rose talvez nem nascida quando a série terminou. Os personagens estavam todos vivendo algo que nunca existiu, o iminente apocalipse e Rose queria saber o final da série, como nós queremos saber como o filme termina, já que que é um final sem desfecho, se pudermos definir assim. A menina por fim vai conseguir ver o final da série, terminamos com o "play" no último episódio e o delicioso tema de abertura de "Friends" enquanto sobem os créditos. Haveria então esperança para todos, já que ela conseguiu seu objetivo, ver afinal como terminaram os seis amigos da adorada série?
O elenco é fantástico, todos com ótimas atuações, num filme composto por enigmas, feito para refletir, pois cheio de camadas, simbologias, analogias e ritmo lento, que passa longe do entretenimento fácil, puro e simples.
Começa por uma boa ambientação, embora seja clichê um terror que se passe dentro de um necrotério, no caso deste toda a ação tem lugar dentro dele, o filme consegue ser realmente aterrorizante e claustrofóbico, auxiliado por um roteiro que vai bem até certo ponto e por uma dupla de protagonistas muito talentosa, o pai (Brian Cox) e o filho (Emile Hirsch).
Alguns comentários, como os de Adriano e Fabio, já ressaltam que o filme vai bem mas descamba em sua parte final, quando resolvem explicar demais e partir para sustos fáceis, mas isso não o torna desprezível, consegue envolver até o desfecho, embora se renda aos clichês dos filmes de terror, mas até chegar lá cria um ótimo clima de tensão e suspense, somos colocados no lugar dos legistas, pai e filho, que querem fugir daquele ambiente sufocante e aterrorizante ao mesmo tempo que querem descobrir os mistérios que cercam a morte da desconhecida.
A atuação mais impressionante, se é que podemos chamar assim, é de Olwen Kelly (Jane Doe) pois imagino que não deva ser fácil permanecer imóvel e muda durante o filme inteiro e parecer um cadáver extremamente convincente e assustador.
A pergunta que não quer calar, porque colocar um sino em um cadáver que teve o rosto e a cabeça estourado por um tiro? Por mais antiquado que o legista seja, qual a chance de ele não estar mesmo morto?
Uma interessante mistura de gótico com giallo, que tem como protagonista a linda atriz inglesa Jane Birkin (que construiu a maior parte da carreira na França) e, em um papel secundário, Serge Gainsborug, com quem Jane foi casada, um ícone da França.
O enredo tem um bom desenvolvimento, sem nunca cair no marasmo, com elementos do giallo, nudez e sangue, e ambientação marcadamente gótica, cemitério, cripta, mansão escura, passagens secretas, luz de velas, protagonista em camisolas esvoaçantes...
O título em português, tradução do titulo em inglês, entrega o total de mortes, o que não ocorre no título original em italiano "La morte negli occhi del gatto".
Há uma insinuação de sobrenatural, com a lenda "vampiresca" que envolve a família dona da mansão
mas ao final descobrimos que o assassinao era bem real, o padre que não era padre, mas sim um membro da família que se tornaria o herdeiro da fortuna familiar, eliminando todos os demais membros. Confesso que me surpreeendeu esta revelação.
Além da beleza de Birkin, seu interesse romântico na trama James, o ator americano Hiram Keller, também é muito bonito.
Há a inclusão de um gorila ou orangotango, que se esgueira pelas passagens secretas e que, inexplicavelmente, não serve para nada e não influencia nos acontecimentos.
As mortes vistas literalmente pelos olhos de um gato, como diz o título, que é a testemunha dos assassinatos, acrescenta um elemento intrigante e visualmente atraente.
Embora tenha lido alguns comentários que classificam este filme com um giallo, não consigo ver muitos elementos desse sub-gênero italiano nesta produção.
A narrativa é lenta, sóbria, não há sangue ou nudez, nehum assassino misterioso, embora há um assassinato a ser desvendado.
A ambientação é ótima, criando uma atmosfera sombria e melancólica.
O enredo é muito bem conduzido com suspense envolvente e o final absolutamente inesperado. É uma pena que o filme permaneça esquecido e ainda tem a bela trilha sonora do mestre Ennio Morricone.
O Último Disparo
2.4 1Filme francês com desenvolvimento lento.
Fica difícil de se envolver com o drama do fotógrafo amador que trabalha numa assistência técnica de equipamento fotográfico, quando um velho chega na loja e abandona uma máquina antiga, ele passa a usá-la, tira fotos com ela e percebe ao revelar, que uma delas não foi ele quem tirou, é a imagem de uma bela jovem, nua e com olhar entre assustado e triste.
Ao conseguir exibir as fotos que tira com a máquina antiga em uma mostra, é abordado por um inspetor de polícia que informa que a moça misteriosa da foto havia sido assassinada e passa a persegui-lo como um suspeito do crime.
A partir daí começa um jogo de gato e rato entre o fotógrafo e o inspetor de polícia, num enredo repetitivo e maçante. Enfim, o filme é chato.
No final, o inspetor é o assassino, mas ficam várias dúvidas.
Quem tirou a foto? A máquina tem algum poder sobrenatural? A conversa que o protagonista tem com o velho mais confunde que esclarece.
O Ventre Negro da Tarântula
3.4 23Um bom giallo com um dos títulos mais chamativos e intrigantes do sub-gênero italiano, além disso, há uma explicação bastante curiosa para o título que faz uma analogia com o método usado pelo assassino.
Bela trilha sonora do mestre Ennio Morricone e boa interpretação de Giancarlo Giannini mergulhado em dúvidas sobre sua competência para ser policial.
A trama envolve e prende a atenção até seu desfecho e a identidade do assassino me surpreendeu.
O Carrasco da Mão Negra
3.7 5Um giallo com todos os elementos do gênero, aquele sangue vermelho falso típico das produções das décdas de 60/70, um assassino misterioso e muitas mortes, todas com estilo.
O filme já começa com uma das mortes mais bizarras que já vi em um filme, uma cabeça sendo arrancada por uma escavadeira.
A trama, que é um pouco confusa, é esclarecida no final, com um encerramente estilo "Agatha Christie", quando o inspetor reúne todos os suspeitos para contar quem é o assassino e como chegou a tal conclusão.
Só achei hilário, o assassino envergonhado ao ter sua identidade revelada. Sério que ele sente vergonha depois de eliminar metade do elenco do filme das formas mais cruéis?
Há uma cena um tanto chocante para os dias atuais, quando surpreendentemente, surge uma criança totalmente nua, creio que para fazer determinado personagem parecer culpado, cena essa que li foi cortada em algumas edições em dvd. A menina surge diante do inspetor e de um homem que estava sendo interrogado por ele, ao qual o homem inocentemente responde que a menina "era uma modelo". Claro que hoje em dia, o homem provavelmente seria imediatamente preso.
Caçada Sem Fim
3.0 11 Assista AgoraUm road movie bem anos 90, com atuações razoáveis.
Com um final
bem violento, não poupando o assistente do xerife, que parecia se redimir ajudando o mocinho e caminhando para um fim menos trágico.
O beijo do casal em frente à explosão, é bizarro.
Vale como passatempo.
A Maldição
3.3 7Assisti no YouTube com o título de "Tumba maldita", também genérico mas um pouco menos do que o simples "A maldição".
A premissa é clichê, o medo de ser enterrado vivo, explorado em vários filmes da época principalmente em adaptações de Edgar Allan Poe, e a realização é bastante teatral, com atuações exageradas.
As mortes até são criativas mas a identidade do assassino é previsível e a narrativa arrastada.
É a estreia de Roy Scheider no cinema (creditado como Roy R. Scheider).
Apesar de ter achado bem mediano, sempre acredito que é válido conferir filmes antigos pouco conhecidos, seja por curiosidade cinéfila ou para entretenimento mesmo.
Paixão destruidora
2.6 6Heather Locklear é linda, foi musa dos anos 80 porém alguém literalmente explodir quase a cidade inteira por causa dela é um exagero, mas é divertido.
Com várias cenas reais de implosões de prédios, a trama prende a atenção e acaba sendo um entretenimento razoável.
Invasão à Casa Branca
3.3 786 Assista Agora"Duro de matar" versão Casa Branca, é a melhor definição deste filme mas isso não quer dizer que seja ruim, pelo contrário, cumpre seu papel como um ótimo filme de ação.
Todas aquelas cenas eletrizantes (e absurdas) com um protagonista indestrutível, mas é isso que esperamos ver num filme assim.
Efeitos impressionantes, e ainda bem que é esclarecido que a Casa branca tem seguro, já que foi destruída inúmeras vezes em vários filmes.
Gerad Butler é bom ator e tem recursos dramáticos superiores à maioria destes atores típicos de filmes de ação e aqui ele tem bons coadjuvantes como Morgan Freeman, Aaron Eckhart, Angela Bassett, Dylan McDermott e Ashley Judd, cujo personagem morre logo no início (pode ser que precisasse pagar um boletos, para aceitar uma participação pequena como essa).
Mensagens Mortais
3.3 17Um telefilme que surpreende, com bom desenvolvimento da narrativa, suspense crescente e final redondinho.
Ainda bem que no finalzinho lembraram de falar o que tinha acontecido com a coitada da Cindy.
Aquela cena final que sugere algo sobrenatural entre o irônico e o surpreendente, foi criativa e divertida.
O Inquilino
3.0 153 Assista AgoraTem um desenvolvimento com bom clima de suspense, envolve e mantém o interesse.
Era previsível
que o filho dela não era real, imaginei mesmo que tivesse morrido e este era o motivo de sua perturbação mental, quando o marido fala várias vezes para ela "tomar o remédio".
A revelação do assassino foi satisfatória e imprevisível porém
após revelaram que Ellen (Hope Davis) era a serial killer, resolvem acrescentar uma cena final em que vemos que Malcolm (Simon Baker) era real e não uma projeção da mente desequilibrada de Ellen e que provalvelmente fosse ele o verdadeiro assassino.
Essa cena final que pretendeu acrescentar um plot twist ao plot twist, me pareceu desnecessária e anticlimática, o que para mim, surpreendeu, mas negativamente.
Risco Duplo
3.5 330 Assista AgoraPraticamente uma versão feminina de "O fugitivo" e ainda com o mesmo perseguidor Tommy Lee Jones, mas não deixa de ser um filme muito bom, daqueles filmes de suspense e ação que só os anos 80 e 90 nos proporcionaram.
SPOILERS ABAIXO:
Ashley Judd, além de linda, tem ótima atuação como Elizabeth "Libby", a inocente da vez, condenada injustamente pela morte do marido, que nem morto estava. Tommy Lee Jones, praticamente repete o mesmo personagem de "O fugitivo", só que com outro nome e, como se não bastasse ser enganado pelo Harrison Ford, repete a dose com a Ashley Judd.
Eletrizantes sequências de ação, como a fuga de Libby que termina com o acidente do carro da polícia, Libby se atirando com o carro no mar ou a angustiante e claustrofóbica cena quando ela é enterrada viva pelo marido.
Jogador Misterioso
2.6 40Quando vi que era um filme de Dario Argento, não que tenha visto muitos filmes do diretor, mas esperava pelo menos uma estética visual diferente e criativa, algo mais dramaticamente colorido como seus mais famosos giallos, e não teve nada disso, pelo contrário tivemos closes ousados de corpos azulados ou cinzentos e esmaecidos.
O desenvolvimento da narrativa foi muito arrastado e repetitivo, com o assassino propondo jogar pôquer para impedir que ele matasse as moças que raptava. Situação que se repetiu durante todo o tempo.
As atuações em filmes de Argento são sempre sofríveis, inclusive no seu clássico "Suspiria", e nesse não é diferente. Curioso ver Liam Cunningham como o policial irlandês John antes de se tornar mundialmente conhecido pelo fenômeno "Game of thrones" e sua performance é a mais razoável do elenco.
o final
com o desfafio proposto pelo serial killer na linha do trem deu vergonha alheia com a burrice do assassino, que se julgava tão inteligente. Mesmo sendo cinema, o desfecho foi muito absurdo.
Além disso, a identidade do assassino, o policial bobo apaixonado pela protagonista, é meio óbvia.
Não houve concessão para um final feliz e Remo, o adolescente que desafia o jogador acaba morrendo, assim como John.
Lua Negra
3.2 172 Assista AgoraO protagonista é um cachorro, cachorro mesmo, não o lobisomem.
O enredo é simples, sem enrolação, Michael Parré tem boa atuação mas o que mais chama atenção é mesmo sua beleza.
O que me incomodou
é a mudança de personalidade de Ted que, a princípio afetuoso e preocupado com a irmã eo sobrinho, se transforma em irônico e sarcástico, querendo se livrar de Thor e parecendo divertir-se com isso.
Tirando absurdos como um cachorro enfrentar um lobisomem, é divertido.
Através da Sombra
2.3 61 Assista AgoraVi várias adaptações de "A outra volta do parafuso" de Henry James, provavelmente todas, em filmes e mais recentemente a série "A maldição da mansão Bly" de Mike Flanagan.
Esta tem muitos semelhanças com "Os inocentes" de 1961, a melhor adaptação da obra literária, inclusive seu final. Parece quase uma refilmagem do filme clássico.
A ambientação é boa, em uma fazenda de café na qual cria-se uma atmosfera sinistra com a casa envolta em sombras quando o gerador que a ilumina começa a falhar.
Laura (Virginia Cavendish, com boa performance) é a professora que chega na fazenda para ser a tutora de duas crianças órfãs e aos poucos começa a ter visões e a mergulhar naquela atmosfera sobrenatural que se transforma em uma crescente paranoia.
As duas crianças Elisa (Mel Maia) e Antonio (Xande Valois) tem atuações convincentes, assim como a governanta da casa Dina (Ana Lucia Torre, a melhor do elenco).
Ficamos entre o terror sobrenatural e o psicológico, como na produção de 1961, embora não chegue a ser excelente, acho uma produção bem cuidada e com boas atuações, e é sempre bom ver o cinema nacional se arriscar num gênero que dificilmente se aventura.
Besouro Azul
3.2 560 Assista AgoraNão costumo ver filmes de super herói, vi o primeiro " Aquaman", acho que um "Homem de Ferro" e um "Avengers", por causa do meu afilhado, portanto não vou fazer comparações e nem falar de mitologia do personagem, pois não conheço nada, embora pelo que li nos comentários abaixo, esse Besouro Azul é um personagem meio desconhecido.
Confesso que resolvi assistir este Besouro por curiosidade para saber como Bruna Marquezine se saiu na sua estreia em Hollywood atuando em inglês e não fez feio, com um inglês decente e uma atuação desenvolta e tem química com o protagonista Xolo Maridueña, que nunca tinha visto mais gordo, mas é bonitinho.
Parece uma novela mexicana, com o moço pobre apaixonado pela moça rica, cenas de ação cheia de efeitos digitais, tudo muito exagerado, colorido, como os gringos imaginam que todos os latinos são, algo como um eterno carnaval ou uma festa de dia dos mortos.
O filme tem uma familia mexicana com todos os estereotipos possíveis de como os americanos vêem os povos latinos, então não sei se o filme agrada aos latinos, que vão se ver caricatos ou os americanos, que não devem estar muito interessados em tramas com várias falas em espanhol e elenco quase totalmente latino, com exceção de uma perdida Susan Sarandon.
Apesar de tudo, achei divertido, mas eu, que não entendo nada de filme de super herói arrisco dizer que quem gosta desse tipo de filme, deve ter achado que este nem deveria ter sido produzido e o besouro poderia continuar esquecido.
Como disse o Vagnerfoxx, é uma bomba, mas uma bomba divertida... e colorida.
Double Life
2.2 5 Assista AgoraTrama genérica, dupla de protagonistas carismática, para passar o tempo.
A identidade do "culpado" é previsível.
Libido
3.1 6Alguns consideram um giallo, acho que está mais para um suspense psicológico com alguns toques de drama.
Com um elenco de apenas quatro atores, cujo nome mais conhecido é Giancarlo Gianinni, aos 23 anos em sua estreia no cinema com uma atuação convincente.
Apesar do ritmo lento, o enredo consegue envolver auxiliado pela boa ambientação, uma casa à beira de uma penhasco que termina no mar com suas ondas belas e ao mesmo tempo perigosas.
Na parte final reviravoltas vão se sucedendo, o que deixa a trama divertida, até um desfecho
verdadeiramente trágico, com três dos protagonistas mortos e o quarto caminhando para um fim mais trágico ainda, viva amarrada à uma cama em uma mansão onde ninguém iria aparecer para salvá-la, não que não merecesse por tudo que tinha feito.
A Feiticeira no Amor
3.8 1Filme intrigante, com quase toda a ação reduzida em um único cenário, um belíssimo palácio em Roma, concentrado quase todo o tempo em 3 personagens, com um quarto em menor participação.
Sergio (Richard Logan) aceita o trabalho da enigmática Consuelo Lorente (Sarah Ferrati) para trabalhar organizando os escritos de seu marido, reluta mas aceita quando conhece a bela filha dela, Aura (Rosana Schiaffino).
Fica-se então em um misterioso jogo de sedução entre Sergio e Aura, com a intervenção em certos momentos de sua mãe, ambas as mulheres aparecem e somem pelos ambientes do antigo palácio. Não é difícil perceber que
não são mãe e filha, mas a mesma pessoa. Entendo que Consuelo era uma bruxa (como diz o título em italiano ou feiticeira, como no nacional) e ao consumir alguma espécie de erva que cultivava em seu jardim se transformava na jovem Aura. Embora as duas apareçam juntas em algumas cenas, talvez também sugerindo que Sergio enfeitiçado conseguia ver a ambas.
Sergio é um homem mulherengo e machista, em uma cena chega a bater em Aura e despreza Consuelo porque a considera velha, mas acaba sendo completamente dominado e enlouquece apaixonado e obcecado por Aura. Chega a matar um amante anterior de Aura (Gian Maria Volonté) quando entendemos que
aquilo era um círculo vicioso, Consuelo atraía os homens com anúncios em jornal oferecendo emprego, Aura os seduzia e depois se livrava do amante anterior com a ajuda do novo amante.
Bastante erótico para a época, o final é trágico, violento e apoteótico.
A Última Casa da Rua
3.0 1,6K Assista AgoraNão achei a reviravolta e o final previsível, como muitos comentaram.
É sério que vocês adivinharam
que a Carrie Anne não era a Carrie Anne, que o Ryan que era o psicopata, que ele tinha assassinado os pais por ter sido criado como menina quando foi responsabilizado pela morte da irmã que até então a gente pensava que ainda estava viva?
Apesar do ritmo lento e das cenas repetitivas, como não fui genial ao ponto de prever toda as reviravoltas da trama, que para mim foram surpreendentes, considero um bom filme.
As atuações não comprometem e o filme ganhou destaque mais pela participação de Jennifer Lawrence antes de virar um estrela oscarizada.
A Noite das Bruxas
3.3 186Como nos dois filmes anteriores, "Assassinato no Expresso Oriente" e "Morte no Nilo" dirigidos por Kenneth Branagh e por ele protagonizados no papel do detetive Hercule Poirot, este também tem design de produção, fotografia e figurinos belíssimos, mas é o que mais se afasta da obra literária original de Agatha Christie.
Nem o título do livro foi mantido, "Halloween's Party" que no Brasil foi traduzido como "A noite das bruxas", título coerentemente mantido para o filme, ao invés da tradução literal de "A haunting in Venice" (Uma assombração em Veneza).
Com exceção da presença de Hercule Poirot, de sua amiga Ariadne Oliver e alguns poucos personagens com o mesmo nome do livro, mas em situações e cenários completamente diversos, a trama cinematográfica é bem diferente da obra que a inspirou.
"A noite das bruxas" de Agatha Christie tem lugar em um vila próxima a Londres, não em Veneza, o assassinato "principal", digamos assim, é de uma menina, não de uma vidente, a tentativa de assassinato sofrida por Poirot é o que ocorre com a menina assassinada, e por aí vai, tudo é diferente.
Confesso que a trama do livro é muito mais elaborada e bem engendrada, mas Branagh optou por praticamente recriar o enredo. Nâo ficou ruim, mas o mistério idealizado por Agatha é muito mais criativo. Branagh poderia ter adaptado certas situações, mas não mudá-las totalmente.
Branagh optou por uma trama com tons sobrenaturais, inclusive seu final, e o livro opta mesmo pelo mistério policial, perfeitamente plausível e lógico, como a mente de Poirot.
É um bom flme com produção requintada, mas para mim, que já li toda o obra da escritora inglesa, foi um tanto decepcionante. Podem dizer que reproduzir exatamente a trama do livro, seria mais fácil e menos desafiador, porém quem lê Agatha Christie, gosta de suas tramas elaboradas, cheia de pistas, que muitas vezes passam despercebidas pela genialidade com que a escritora as insere na narrativa, sendo assim, acho que fantasmas e assombrações é melhor deixar para filmes de terror propriamente ditos.
O Mundo Depois de Nós
3.2 891 Assista AgoraEntendo que muitos não tenham gostado pois em se tratando de entretenimento, "O mundo depois de nós" é chato... é um filme onde as coisas não acontecem, são apenas insinuadas, não há ação, destruição, nem nada daquilo que se espera de um apocalipse, porque na verdade seria um pré-apocalipse.
Há muitas simbologias, e é preciso ter vontade e paciência para decifrá-las ou pelo menos tentar, ou seja, não é um filme fácil, muitos diálogos, questionamentos, silêncios.
Temos 5 personagens acuados e desconfiados, sem saber o que realmente está acontecendo. Confinados num ambiente calmo e luxuoso, começam a ter indícios de que algo não está certo e alguma coisa realmente ruim ocorre "lá fora". (Me lembrei de "Arquivo X", "The truth is out there" - a verdade está lá fora, a série que é o supra sumo das teorias de conspiração).
Amanda (Julia Roberts) só pensa na família, diz que "odeia pessoas", desconfia de Scott (Mahershala Ali) e sua filha Ruth (Myha'la) que chegam no meio da noite dizendo que aquela casa maravilhosa é deles. George (Ethan Hawk) o marido, bonachão e tranquilo, e os filhos Rose (Farrah Mackenzie) e Archie (Charlie Evans), típicos adolescentes perdidos sem a tecnologia com a qual convivem 24 horas por dia. Pessoas totalmente diversas obrigadas a conviver sob o mesmo teto.
Ser humanos confinados em um ambiente geralmente gera conflitos, vide os "big brothers" por aí, e não é diferente aqui, ainda mais com o acréscimo do medo e da incerteza de acontecimentos estranhos, queda de aviões, navios avançando para a praia, barulhos inexplicáveis. O medo desperta o pior em nós e todos nós temos um lado escuro.
Há ainda o personagem de Kevin Bacon (Danny) aquele que está preparado para o fim do mundo, mestre nas teorias de conspiração, que todos odeiam e criticam, mas que no final é para onde correm quando precisam de ajuda.
O final é aberto e inconclusivo, entendemos que todos estariam indo para o mesmo lugar, o bunker que Rose encontra, mas haveria salvação para todos?
Vi uma metáfora na fixação de Rose na série "Friends", que é definida na fala de Ruth, como "algo nostálgico de um tempo que não existiu", ela também assistiu, mas nem ela ou Rose viveram aquilo, eram pequenas e Rose talvez nem nascida quando a série terminou. Os personagens estavam todos vivendo algo que nunca existiu, o iminente apocalipse e Rose queria saber o final da série, como nós queremos saber como o filme termina, já que que é um final sem desfecho, se pudermos definir assim.
A menina por fim vai conseguir ver o final da série, terminamos com o "play" no último episódio e o delicioso tema de abertura de "Friends" enquanto sobem os créditos. Haveria então esperança para todos, já que ela conseguiu seu objetivo, ver afinal como terminaram os seis amigos da adorada série?
O elenco é fantástico, todos com ótimas atuações, num filme composto por enigmas, feito para refletir, pois cheio de camadas, simbologias, analogias e ritmo lento, que passa longe do entretenimento fácil, puro e simples.
A Autópsia
3.3 1,0K Assista AgoraComeça por uma boa ambientação, embora seja clichê um terror que se passe dentro de um necrotério, no caso deste toda a ação tem lugar dentro dele, o filme consegue ser realmente aterrorizante e claustrofóbico, auxiliado por um roteiro que vai bem até certo ponto e por uma dupla de protagonistas muito talentosa, o pai (Brian Cox) e o filho (Emile Hirsch).
Alguns comentários, como os de Adriano e Fabio, já ressaltam que o filme vai bem mas descamba em sua parte final, quando resolvem explicar demais e partir para sustos fáceis, mas isso não o torna desprezível, consegue envolver até o desfecho, embora se renda aos clichês dos filmes de terror, mas até chegar lá cria um ótimo clima de tensão e suspense, somos colocados no lugar dos legistas, pai e filho, que querem fugir daquele ambiente sufocante e aterrorizante ao mesmo tempo que querem descobrir os mistérios que cercam a morte da desconhecida.
A atuação mais impressionante, se é que podemos chamar assim, é de Olwen Kelly (Jane Doe) pois imagino que não deva ser fácil permanecer imóvel e muda durante o filme inteiro e parecer um cadáver extremamente convincente e assustador.
A pergunta que não quer calar, porque colocar um sino em um cadáver que teve o rosto e a cabeça estourado por um tiro? Por mais antiquado que o legista seja, qual a chance de ele não estar mesmo morto?
Sete Mortes nos Olhos de um Gato
3.0 7Uma interessante mistura de gótico com giallo, que tem como protagonista a linda atriz inglesa Jane Birkin (que construiu a maior parte da carreira na França) e, em um papel secundário, Serge Gainsborug, com quem Jane foi casada, um ícone da França.
O enredo tem um bom desenvolvimento, sem nunca cair no marasmo, com elementos do giallo, nudez e sangue, e ambientação marcadamente gótica, cemitério, cripta, mansão escura, passagens secretas, luz de velas, protagonista em camisolas esvoaçantes...
O título em português, tradução do titulo em inglês, entrega o total de mortes, o que não ocorre no título original em italiano "La morte negli occhi del gatto".
Há uma insinuação de sobrenatural, com a lenda "vampiresca" que envolve a família dona da mansão
mas ao final descobrimos que o assassinao era bem real, o padre que não era padre, mas sim um membro da família que se tornaria o herdeiro da fortuna familiar, eliminando todos os demais membros. Confesso que me surpreeendeu esta revelação.
Além da beleza de Birkin, seu interesse romântico na trama James, o ator americano Hiram Keller, também é muito bonito.
Há a inclusão de um gorila ou orangotango, que se esgueira pelas passagens secretas e que, inexplicavelmente, não serve para nada e não influencia nos acontecimentos.
As mortes vistas literalmente pelos olhos de um gato, como diz o título, que é a testemunha dos assassinatos, acrescenta um elemento intrigante e visualmente atraente.
O Cérebro do Mal
3.2 1Embora tenha lido alguns comentários que classificam este filme com um giallo, não consigo ver muitos elementos desse sub-gênero italiano nesta produção.
A narrativa é lenta, sóbria, não há sangue ou nudez, nehum assassino misterioso, embora há um assassinato a ser desvendado.
A ambientação é ótima, criando uma atmosfera sombria e melancólica.
O enredo é muito bem conduzido com suspense envolvente e o final absolutamente inesperado. É uma pena que o filme permaneça esquecido e ainda tem a bela trilha sonora do mestre Ennio Morricone.
Curse of the Stone Hand
2.1 3Composto por duas narrativas independentes, são ambas arrastadas e confusas.
A cenas parecem que foram jogadas na tela para não fazer sentido.