O primeiro X-Men é legal, mas esse é maravilhoso! Reassistindo agora, fiquei impressionado, pois não lembrava de quase nada. O começo, com Noturno na Casa Branca, já deixa claro que houve uma evolução gigantesca nas cenas de lutas, de um filme para o outro.
As questões sociais e políticas permeiam a trama toda, em uma proporção muito maior do que eu era capaz de perceber na adolescência.
Bobby se "revelando" para os pais e sua mãe perguntando "Você já tentou não ser um mutante?" resume a tradicional incompreensão/intolerância das pessoas tidas como "normais" para com os "diferentes" - homossexuais, principalmente.
X-Men 2 me fez respeitar ainda mais a história dos mutantes e da Marvel Comics como um todo.
Fiquei pensando se os figurantes nativos receberam, por sua atuação, algo além de umas três refeições diárias. Logo quando o personagem de Bogart chega ao vilarejo, o vemos jogar uma ponta de charuto no chão e se divertir em ver os nativos se estapeando para pegá-la. Essa cena mostra não só a visão europeia do início do século (época em que se passa a história) em relação à África, mas também a visão da época em que o filme foi feito, no início de 1950. Afinal, é um sequência gratuita, que não acrescenta nada à narrativa. As pessoas de então provavelmente não deviam enxergar o menor problema em algo do tipo.
Mas agora falando sobre o filme em si, é uma história de amor gostosa de se assistir. Começa leve, mas fica tensa em alguns momentos -
"Truman mentiu em 1950 na natureza e no propósito do envolvimento francês, a reconquista colonial do Vietnã, que estávamos financiando e encorajando. Eisenhower mentiu sobre os motivos e a natureza do nosso envolvimento com Diem, e o fato de que ele estava no poder, essencialmente, por causa do apoio americano, dinheiro americano e nenhum outro motivo. Kennedy mentiu sobre o tipo de envolvimento que nós tínhamos ali, nosso próprio envolvimento no combate, e sobre as recomendações que foram feitas para um envolvimento maior. O presidente Kennedy mentiu sobre o grau de participação na derrota de Diem. Johnson, é claro, mentiu e mentiu e mentiu sobre nossas provocações contra os norte-vietnamitas antes e depois dos incidentes do Golfo de Tonquim, sobre os planos para bombardear o Vietnã do Norte, e a natureza do crescimento do envio de tropas americanas no Vietnã. Nixon, como sabemos agora, enganou e mentiu ao povo americano nos primeiros meses de mandato sobre nosso bombardeio do Camboja e Laos, operações terrestres no Laos, os motivos para nossa invasão do Camboja e do Laos, e o projetos de minar Haifong, que foram levados a cabo em 1972, mas que já estavam previstos desde 1969. O público americano foi enganado mês após mês por cada um desses cinco governos."
Em sua primeira aparição, por exemplo, vemos antes seus dois bíceps, para só então vermos seu rosto. E o que dizer da cena em que ele aparece de sunga, saindo do hidroavião? O personagem poderia perfeitamente ter trocado de roupa dentro da aeronave, sem que precisássemos ver. Mas é claro que ele não foi Mister Olímpia por tantos anos consecutivos pra chegar depois num filme e perder a chance de aparecer seminu, rs.
Cooke: "You scared motherfucker? Well you should be because this green beret is going to kick your big ass." Matrix: "I eat green berets for breakfast. And right now I'm very hungry." Cindy: "I can't believe this macho bullshit."
(que também sabe pilotar aviões e aprende em poucos minutos como manejar um lança-mísseis) contribui maravilhosamente para o tom cômico do filme. E gostei de não terem inventado algum romancezinho barato entre os dois. A moça está ali para auxiliar o herói em sua jornada, sem precisar ficar à espera de um beijo apaixonado no final.
Acho que esse era o último bom filme do Schwarza que faltava pra minha lista.
A montagem desse filme realmente é impressionante. Devia deixar a galera da época hipnotizada nos cinemas.
Esse filme me fez perceber que não entendo é nada do que foi a Revolução Russa. Nem sabia desse governo provisório. Pra mim, o Lênin já tinha assumido o poder desde a queda do czar. Então, por conta disso, fiquei boiando na maior parte do tempo. De qualquer forma, gostei mais de O Encouraçado Potemkin e, mais ainda, de A Greve.
Me pergunto se o filme O Grande Truque (2006) se inspirou em O Monstro do Circo. Neste, temos um homem que passa a maior parte do tempo fingindo não ter braços; naquele, temos, primeiramente, um ilusionista que finge ser corcunda e, no final, outro que esconde um irmão gêmeo. O sacrifício de uma parte da vida (ou da família) para manter um personagem.
No mais, Joan Crawford, que conheci recentemente em Baby Jane, está deslumbrante! E Lon Chaney, que eu nem sabia que já conhecia pel'O Fantasma da Ópera, dá um show de atuação - especialmente na cena
"Definir o Nazismo em termos políticos tradicionais é difícil, principalmente porque sua dinâmica era preenchida por algo um tanto diferente daquilo que usualmente chamamos de Política. Essa força motora era, em grande medida, estética.
Sua ambição era embelezar o mundo por meio da violência.
Dos primeiros assassinatos de doentes mentais até os assassinatos em massa de judeus, não havia um motivo político real. Não se tratava de inimigos ou opositores do regime sendo eliminados, mas sim de pessoas inocentes, cuja mera existência estava em conflito com o sonho nazista."
Depois que tudo que já li e assisti a respeito do III Reich, esse documentário me mostrou um lado que eu desconhecia. Ele nos convida a uma interessante teoria sobre o que se passava na cabeça de Hitler.
Basicamente, ele se via como um grande conquistador da Antiguidade, construindo seu império por sobre os escombros dos inimigos e com a missão sagrada de promover sua cultura superior pelos quatro cantos do mundo.
Dentro dessa lógica, extermínios em massa, escravização e espoliação dos povos dominados e tantas outras barbáries eram eventos corriqueiros.
Faziam parte do script.
Afinal, se Esparta pôde, se Roma pôde, porque a Alemanha não poderia?
Arquitetura da Destruição é um perfeito exemplo de documentário para expandir sua visão de mundo.
Interessante a relação de maternidade construída, ao longo dos anos, entre Val e Fabinho. Ela com a filha em outro estado, ele com a mãe sempre fora de casa. Ao proibir Jéssica de tomar o sorvete de chocolate, ela não está apenas defendendo a propriedade dos patrões; defende também o direito de seu outro filho (elevado, por influência do meio, ao posto de favorito) de ter sua sobremesa favorita sempre à disposição, sem nenhuma irmã postiça para reivindicar uma parte.
Um dos figurinos de Ava Gardner parece feito de escamas, como se ela fosse uma sereia, reforçando ainda mais a imagem de mulher fatal (por quem os homens perdem a cabeça) de sua personagem Pandora.
Macabéa tem a mente recheada de questionamentos existencialistas, mas ao mesmo tempo não teve acesso a educação e instrução suficientes para saber como lidar com isso. Por um lado é um tanto agoniante observar a limitação que sua condição socioeconômica impõe ao desenvolvimento de seu intelecto. Por outro lado, é tão gracioso o modo como ela encara com coragem o desenrolar de sua vidinha simples. Que personagem adorável! Já li outras obras da Clarice, mas A Hora da Estrela ainda não. Fiquei com vontade.
Assisti Metrópolis pela segunda vez e continuo com a impressão de que a conciliação final foi história pra boi dormir. Não existe meio-termo quando as partes envolvidas se encontram em situações tão discrepantes. Fredersen deve ter no máximo oferecido uma meia dúzia de direitos trabalhistas básicos em troca do operário da Máquina-Coração (típico líder sindical pelego) aceitar manter os proletários na mansidão.
Me peguei fazendo uma leitura do filme em cima da mitologia cristã, em que Fredersen seria o deus do antigo testamento, severo e punitivo. Os trabalhadores seriam o povo, sofrido e cansado. Maria, como o próprio nome sugere (e sua imagem sentada entre crucifixos nas catacumbas reforça), seria a Virgem. Ela faz o intermédio entre o povo e deus, além de oferecer ao povo seu salvador: Freder, o filho de deus, muito mais brando que o pai e com promessas de dias melhores.
Enfim, viagens marxistoteológicas à parte, Metrópolis é um filme maravilhoso! Uma joia rara do cinema mundial! Pra ser preservado e admirado ao longo dos séculos! E que atuação de Brigitte Helm, lindíssima de morrer nos dois papéis!
Depois de anos desde que assisti ao último, não lembrava o quão misóginos são os filmes de Mojica, meu deus!
Percebi, depois de assistir a este, que o personagem Zé do Caixão era, pra mim, maravilhoso enquanto humano, de carne e osso, em À Meia Noite Levarei Sua Alma. A partir de sua transmutação de homem para entidade sobrenatural, ele se torna, basicamente, chato. Uma figura metida a satã de seu próprio inferno: com muitas (e repetitivas) cenas de tortura e mutilação, humilhação feminina, gritos de desespero e algumas frases pseudofilosóficas sem-pé-nem-cabeça. Delírios de um Anormal é o tipo de filme que a gente assiste com um olho na tela e outro no relógio, torcendo para que já esteja perto do fim. Sofrível!
De positivo, achei bacana o modo como Mojica se autorretrata no filme, com voz branda e calma e modos polidos de gentleman. Perfeito contraste em relação a seu personagem símbolo. Me peguei pensando se o diretor realmente ostentava aquele status financeiro na vida real, mansão com piscina e tudo mais, ou se apenas aproveitou a oportunidade de se retratar mais bem-sucedido financeiramente do que realmente era.
Esse filme é ótimo no que se propõe: ser um retrato da peça de Shakespeare, com atuações teatrais - e cenas, portanto, não muito dinâmicas - e com o texto fiel à peça (de fato nunca a li, mas imagino que o texto seja fiel). A atuação do ator/diretor Laurence Olivier é incrível, e a quebra da quarta parede, muito bem elaborada. O aproveitamento das sombras para ajudar a contar a história dá um toque especial ao filme (e me pergunto se tal recurso era utilizado no teatro).
Levada da Breca diverte bastante em alguns momentos, enquanto entedia um pouco em outros. Katharine Hepburn (cujo primeiro filme que vejo é este) está maravilhosa, com uma desenvoltura incrível, deixando Cary Grant ofuscado em vários momentos.
Me pergunto se o fato de chamarem uma onça de leopardo foi proposital, como parte da grande piada que é o filme todo, ou simplesmente a boa e velha ignorância murica em relação a qualquer coisa que esteja fora de suas fronteiras. Prefiro não pensar no quanto o bichinho foi maltratado e, possivelmente, dopado para contracenar com os atores daquele jeito.
Voltando ao filme, os diálogos rápidos, principalmente da parte de Susan, são o ponto alto da comédia.
E o uso da palavra 'gay' se referindo à homossexualidade, ainda nos anos 30, me surpreendeu - imaginava que ela tivesse adquirido esse significado décadas depois.
As cenas de humor, brotheragem entre soldados e romance são bem chatinhas e chegam a dar sono, pelo menos quando as vemos com olhos de século XXI (não duvido que deviam entreter bastante o público da época). Mas quando a câmera parte para o front, meu amigo, que filmaço! Cenas de uma plasticidade incrível, que deixam os mesmos olhos de século XXI - tão acostumados com dúzias e dúzias de filmes de guerra - maravilhados! É uma sequência mais incrível que a outra. E não pude deixar de notar influências de The Big Parade em 1917 - lançado no ano passado. As trincheiras, as crateras provocadas pelas bombas, a lama, a situação deplorável e desesperada dos soldados presos naquele inferno. O filme de Vidor deve ter servido de escola pra muitos diretores que se aventuraram pelo gênero guerra nos anos posteriores.
Onde os Homens São Homens
4.0 42 Assista AgoraE essa trilha do Leonard Cohen, que coisa maravilhosa!
X-Men 2
3.5 783 Assista AgoraO primeiro X-Men é legal, mas esse é maravilhoso! Reassistindo agora, fiquei impressionado, pois não lembrava de quase nada.
O começo, com Noturno na Casa Branca, já deixa claro que houve uma evolução gigantesca nas cenas de lutas, de um filme para o outro.
As questões sociais e políticas permeiam a trama toda, em uma proporção muito maior do que eu era capaz de perceber na adolescência.
Bobby se "revelando" para os pais e sua mãe perguntando "Você já tentou não ser um mutante?" resume a tradicional incompreensão/intolerância das pessoas tidas como "normais" para com os "diferentes" - homossexuais, principalmente.
X-Men 2 me fez respeitar ainda mais a história dos mutantes e da Marvel Comics como um todo.
A Comilança
3.7 64 Assista AgoraFiquei imaginando a quantidade de louça que essa comilança toda gerou!
Para quem, como eu, não come carne, é um tanto desagradável ver esse monte de bicho morto.
Uma Aventura na África
3.7 99Fiquei pensando se os figurantes nativos receberam, por sua atuação, algo além de umas três refeições diárias.
Logo quando o personagem de Bogart chega ao vilarejo, o vemos jogar uma ponta de charuto no chão e se divertir em ver os nativos se estapeando para pegá-la.
Essa cena mostra não só a visão europeia do início do século (época em que se passa a história) em relação à África, mas também a visão da época em que o filme foi feito, no início de 1950. Afinal, é um sequência gratuita, que não acrescenta nada à narrativa.
As pessoas de então provavelmente não deviam enxergar o menor problema em algo do tipo.
Mas agora falando sobre o filme em si, é uma história de amor gostosa de se assistir.
Começa leve, mas fica tensa em alguns momentos -
a cena do barco encalhado entre os juncos é um tanto agoniante.
O casal de protagonistas é bem carismático.
E o final não é nada surpreendente - mas nessa altura da história já nem esperamos mais nada muito surpreendente mesmo.
Corações e Mentes
4.5 47"Truman mentiu em 1950 na natureza e no propósito do envolvimento francês, a reconquista colonial do Vietnã, que estávamos financiando e encorajando.
Eisenhower mentiu sobre os motivos e a natureza do nosso envolvimento com Diem, e o fato de que ele estava no poder, essencialmente, por causa do apoio americano, dinheiro americano e nenhum outro motivo.
Kennedy mentiu sobre o tipo de envolvimento que nós tínhamos ali, nosso próprio envolvimento no combate, e sobre as recomendações que foram feitas para um envolvimento maior. O presidente Kennedy mentiu sobre o grau de participação na derrota de Diem.
Johnson, é claro, mentiu e mentiu e mentiu sobre nossas provocações contra os norte-vietnamitas antes e depois dos incidentes do Golfo de Tonquim, sobre os planos para bombardear o Vietnã do Norte, e a natureza do crescimento do envio de tropas americanas no Vietnã.
Nixon, como sabemos agora, enganou e mentiu ao povo americano nos primeiros meses de mandato sobre nosso bombardeio do Camboja e Laos, operações terrestres no Laos, os motivos para nossa invasão do Camboja e do Laos, e o projetos de minar Haifong, que foram levados a cabo em 1972, mas que já estavam previstos desde 1969.
O público americano foi enganado mês após mês por cada um desses cinco governos."
Comando Para Matar
3.4 368Esse filme é maravilhoso no que se propõe: uma história de ação, no melhor estilo "exército de um homem só", sem preocupação alguma em ser verossímil.
Não dá pra deixar de notar como a câmera procura, sempre que possível, valorizar os músculos do Arnold.
Em sua primeira aparição, por exemplo, vemos antes seus dois bíceps, para só então vermos seu rosto.
E o que dizer da cena em que ele aparece de sunga, saindo do hidroavião? O personagem poderia perfeitamente ter trocado de roupa dentro da aeronave, sem que precisássemos ver.
Mas é claro que ele não foi Mister Olímpia por tantos anos consecutivos pra chegar depois num filme e perder a chance de aparecer seminu, rs.
Algumas falas são memoráveis:
Cooke: "You scared motherfucker? Well you should be because this green beret is going to kick your big ass."
Matrix: "I eat green berets for breakfast. And right now I'm very hungry."
Cindy: "I can't believe this macho bullshit."
Aliás, a comissária Cindy
(que também sabe pilotar aviões e aprende em poucos minutos como manejar um lança-mísseis) contribui maravilhosamente para o tom cômico do filme.
E gostei de não terem inventado algum romancezinho barato entre os dois. A moça está ali para auxiliar o herói em sua jornada, sem precisar ficar à espera de um beijo apaixonado no final.
Acho que esse era o último bom filme do Schwarza que faltava pra minha lista.
Outubro
4.0 51 Assista AgoraA montagem desse filme realmente é impressionante. Devia deixar a galera da época hipnotizada nos cinemas.
Esse filme me fez perceber que não entendo é nada do que foi a Revolução Russa. Nem sabia desse governo provisório. Pra mim, o Lênin já tinha assumido o poder desde a queda do czar.
Então, por conta disso, fiquei boiando na maior parte do tempo.
De qualquer forma, gostei mais de O Encouraçado Potemkin e, mais ainda, de A Greve.
O Monstro do Circo
4.0 52 Assista AgoraMe pergunto se o filme O Grande Truque (2006) se inspirou em O Monstro do Circo.
Neste, temos um homem que passa a maior parte do tempo fingindo não ter braços; naquele, temos, primeiramente, um ilusionista que finge ser corcunda e, no final, outro que esconde um irmão gêmeo. O sacrifício de uma parte da vida (ou da família) para manter um personagem.
No mais, Joan Crawford, que conheci recentemente em Baby Jane, está deslumbrante! E Lon Chaney, que eu nem sabia que já conhecia pel'O Fantasma da Ópera, dá um show de atuação - especialmente na cena
em que descobre que sua amada e seu rival vão se casar.
Arquitetura da Destruição
4.2 136 Assista Agora"Definir o Nazismo em termos políticos tradicionais é difícil, principalmente porque sua dinâmica era preenchida por algo um tanto diferente daquilo que usualmente chamamos de Política.
Essa força motora era, em grande medida, estética.
Sua ambição era embelezar o mundo por meio da violência.
Dos primeiros assassinatos de doentes mentais até os assassinatos em massa de judeus, não havia um motivo político real.
Não se tratava de inimigos ou opositores do regime sendo eliminados, mas sim de pessoas inocentes, cuja mera existência estava em conflito com o sonho nazista."
Depois que tudo que já li e assisti a respeito do III Reich, esse documentário me mostrou um lado que eu desconhecia.
Ele nos convida a uma interessante teoria sobre o que se passava na cabeça de Hitler.
Basicamente, ele se via como um grande conquistador da Antiguidade, construindo seu império por sobre os escombros dos inimigos e com a missão sagrada de promover sua cultura superior pelos quatro cantos do mundo.
Dentro dessa lógica, extermínios em massa, escravização e espoliação dos povos dominados e tantas outras barbáries eram eventos corriqueiros.
Faziam parte do script.
Afinal, se Esparta pôde, se Roma pôde, porque a Alemanha não poderia?
Arquitetura da Destruição é um perfeito exemplo de documentário para expandir sua visão de mundo.
Que Horas Ela Volta?
4.3 3,0K Assista AgoraInteressante a relação de maternidade construída, ao longo dos anos, entre Val e Fabinho. Ela com a filha em outro estado, ele com a mãe sempre fora de casa. Ao proibir Jéssica de tomar o sorvete de chocolate, ela não está apenas defendendo a propriedade dos patrões; defende também o direito de seu outro filho (elevado, por influência do meio, ao posto de favorito) de ter sua sobremesa favorita sempre à disposição, sem nenhuma irmã postiça para reivindicar uma parte.
Os Amores de Pandora
3.6 23Um dos figurinos de Ava Gardner parece feito de escamas, como se ela fosse uma sereia, reforçando ainda mais a imagem de mulher fatal (por quem os homens perdem a cabeça) de sua personagem Pandora.
Anos 90
3.9 502Quem cresceu nos anos 90 vai se identificar muito com esse filme. Achei despretensiosamente muito bom!
A Antena
4.1 79 Assista AgoraA cena da Mulher Sem Rosto atada a uma suástica, com luzes parecendo raios-laser ao seu redor é uma linda referência ao Metrópolis de Fritz Lang.
A Hora da Estrela
3.9 510Macabéa tem a mente recheada de questionamentos existencialistas, mas ao mesmo tempo não teve acesso a educação e instrução suficientes para saber como lidar com isso. Por um lado é um tanto agoniante observar a limitação que sua condição socioeconômica impõe ao desenvolvimento de seu intelecto. Por outro lado, é tão gracioso o modo como ela encara com coragem o desenrolar de sua vidinha simples.
Que personagem adorável! Já li outras obras da Clarice, mas A Hora da Estrela ainda não. Fiquei com vontade.
Metrópolis
4.4 631 Assista AgoraAssisti Metrópolis pela segunda vez e continuo com a impressão de que a conciliação final foi história pra boi dormir. Não existe meio-termo quando as partes envolvidas se encontram em situações tão discrepantes. Fredersen deve ter no máximo oferecido uma meia dúzia de direitos trabalhistas básicos em troca do operário da Máquina-Coração (típico líder sindical pelego) aceitar manter os proletários na mansidão.
Me peguei fazendo uma leitura do filme em cima da mitologia cristã, em que Fredersen seria o deus do antigo testamento, severo e punitivo. Os trabalhadores seriam o povo, sofrido e cansado. Maria, como o próprio nome sugere (e sua imagem sentada entre crucifixos nas catacumbas reforça), seria a Virgem. Ela faz o intermédio entre o povo e deus, além de oferecer ao povo seu salvador: Freder, o filho de deus, muito mais brando que o pai e com promessas de dias melhores.
Enfim, viagens marxistoteológicas à parte, Metrópolis é um filme maravilhoso! Uma joia rara do cinema mundial! Pra ser preservado e admirado ao longo dos séculos! E que atuação de Brigitte Helm, lindíssima de morrer nos dois papéis!
Delírios de Um Anormal
3.2 31 Assista AgoraDepois de anos desde que assisti ao último, não lembrava o quão misóginos são os filmes de Mojica, meu deus!
Percebi, depois de assistir a este, que o personagem Zé do Caixão era, pra mim, maravilhoso enquanto humano, de carne e osso, em À Meia Noite Levarei Sua Alma. A partir de sua transmutação de homem para entidade sobrenatural, ele se torna, basicamente, chato. Uma figura metida a satã de seu próprio inferno: com muitas (e repetitivas) cenas de tortura e mutilação, humilhação feminina, gritos de desespero e algumas frases pseudofilosóficas sem-pé-nem-cabeça.
Delírios de um Anormal é o tipo de filme que a gente assiste com um olho na tela e outro no relógio, torcendo para que já esteja perto do fim. Sofrível!
De positivo, achei bacana o modo como Mojica se autorretrata no filme, com voz branda e calma e modos polidos de gentleman. Perfeito contraste em relação a seu personagem símbolo.
Me peguei pensando se o diretor realmente ostentava aquele status financeiro na vida real, mansão com piscina e tudo mais, ou se apenas aproveitou a oportunidade de se retratar mais bem-sucedido financeiramente do que realmente era.
Ricardo III
3.9 20 Assista AgoraEsse filme é ótimo no que se propõe: ser um retrato da peça de Shakespeare, com atuações teatrais - e cenas, portanto, não muito dinâmicas - e com o texto fiel à peça (de fato nunca a li, mas imagino que o texto seja fiel).
A atuação do ator/diretor Laurence Olivier é incrível, e a quebra da quarta parede, muito bem elaborada. O aproveitamento das sombras para ajudar a contar a história dá um toque especial ao filme (e me pergunto se tal recurso era utilizado no teatro).
"Meu reino por um cavalo!"
Fiquei curioso para assistir a adaptação de 1995 com Ian McKellen.
Levada da Breca
4.0 165Levada da Breca diverte bastante em alguns momentos, enquanto entedia um pouco em outros. Katharine Hepburn (cujo primeiro filme que vejo é este) está maravilhosa, com uma desenvoltura incrível, deixando Cary Grant ofuscado em vários momentos.
Me pergunto se o fato de chamarem uma onça de leopardo foi proposital, como parte da grande piada que é o filme todo, ou simplesmente a boa e velha ignorância murica em relação a qualquer coisa que esteja fora de suas fronteiras.
Prefiro não pensar no quanto o bichinho foi maltratado e, possivelmente, dopado para contracenar com os atores daquele jeito.
Voltando ao filme, os diálogos rápidos, principalmente da parte de Susan, são o ponto alto da comédia.
E o uso da palavra 'gay' se referindo à homossexualidade, ainda nos anos 30, me surpreendeu - imaginava que ela tivesse adquirido esse significado décadas depois.
O Grande Desfile
3.9 24 Assista AgoraAs cenas de humor, brotheragem entre soldados e romance são bem chatinhas e chegam a dar sono, pelo menos quando as vemos com olhos de século XXI (não duvido que deviam entreter bastante o público da época).
Mas quando a câmera parte para o front, meu amigo, que filmaço! Cenas de uma plasticidade incrível, que deixam os mesmos olhos de século XXI - tão acostumados com dúzias e dúzias de filmes de guerra - maravilhados! É uma sequência mais incrível que a outra. E não pude deixar de notar influências de The Big Parade em 1917 - lançado no ano passado. As trincheiras, as crateras provocadas pelas bombas, a lama, a situação deplorável e desesperada dos soldados presos naquele inferno.
O filme de Vidor deve ter servido de escola pra muitos diretores que se aventuraram pelo gênero guerra nos anos posteriores.
O Menino que Descobriu o Vento
4.3 741A gente aqui no Ocidente é muito privilegiado, mano!
Vidro
3.5 1,3K Assista AgoraMr. Glass é tipo o Jigsaw, de Jogos Mortais: continua o plano mesmo depois de morto.
Midsommar: O Mal Não Espera a Noite
3.6 2,8K Assista AgoraFiquei indignado por terem matado o urso.
Sonic: O Filme
3.4 712 Assista AgoraEsse filme é diversão garantida! Faz várias referências a outros filmes e à cultura pop em geral. Fiquei encantado com uma das últimas cenas,
quando Sonic destrói a nave do Dr. Robotnik tomando impulso nas paredes e girando.
Que saudades do meu Master System III com Sonic na memória <3
A Forma da Água
3.9 2,7K- Fuck! You ARE a god.