Vim para a África buscando a próxima aventura de seis meses. Vi um elefante macho que teve a cabeça cortada. As presas haviam sido retiradas. O elefante inteiro ali, morto, porque alguém queria uma presa em sua mesa. Eu tinha dinheiro e habilidades que podiam ajudar os guardas-florestais. E escolhi dedicar a minha vida a ajudar esses caras a protegerem esses animais. Após tomar essa decisão, entretanto, comecei a perceber que todo dia eu saía em patrulha e protegia um animal. E ao chegar em casa, à noite, eu colocava outro animal no fogo. E eu sabia que eu era um mentiroso. [...] Na minha cabeça eu justificava dizendo que há vacas o suficiente no planeta. Elas não serão extintas. Mas quanto mais pensava naquilo, mais eu começava a aceitar o que eu já sabia: A forma mais fácil de proteger outros animais é simplesmente não colocá-los na boca.
Acho que procurar verossimilhança em cada detalhe da história é desnecessário, pois o filme claramente se permite vários exageros. O ponto aqui é refletir sobre como o ser humano toma atitudes extremas em situações extremas.
Fui ao cinema ontem à noite e acordei hoje cantarolando: ♪ A noite da Arááááábia, e o dia tambéééém É sempre tão quente, mas faz com que a gente se sinta tão beem! ♪
A escolha do Will Smith para interpretar o Gênio foi maravilhosa! Encaixou perfeitamente!
Quero comer carne, mas prefiro não ver que devemos matar o animal. Então eu fecho os olhos. A cada ano, o homem mata e corta 60 bilhões de animais. 60 bilhões de vidas, quase dez vezes a população humana. Em um só ano. Apenas os abatedouros industriais e os processos intensivos podem seguir uma demanda de carne que aumenta sem parar. O trabalho da morte está otimizado. É um matadouro monumental. A produção em série foi inventada nos abatedouros no final do século 19. Eficaz, racional, foi copiada nas usinas de automóveis. A indústria alimentar responde a uma demanda absurda: produzir sempre mais para vender cada vez mais barato. O ofício de abate é sofrido. Então, tentamos não pensar muito nele. O gesto do operário é isolado da sequência que poderia dar-lhe significação. Não matamos mais, apenas apertamos um botão. Não cortamos um porco, separamos uma peça. No final, não comemos mais animais. Comemos escalopes, bifes, pedaços... Peças anônimas, como se a vida nunca houvesse existido.
O médico toma álcool com comprimidos. O pai não teria surtado se o filho estivesse consumindo "apenas" álcool. A mãe fuma cigarros e toma calmantes. Os internos da clínica são entupidos de comprimidos. O filho fuma maconha.
mas acho que não custava nada o George Lucas ter se inspirado em uns filmes de samurai pra coreografar melhor a cena da luta entre o Vader e o Obi-Wan.
O medo de Hermione no final do filme, depois de saber que Voldemort está de volta, pode ser comparado (guardadas as devidas proporções, é claro) ao medo que sentiram muitos judeus na Alemanha entre o final dos anos 20 e começo dos 30, quando os nazistas começaram a conquistar cadeiras no Parlamento.
O Cálice de Fogo é uma história que sabe dosar muito bem os momentos cômicos com os mais sérios.
Que filme incrível! Se por um lado fico pensando "Por que não assisti antes?", por outro acho que talvez tenha sido melhor assim, para que pudesse apreciá-lo à luz de toda a bagagem cinematográfica que acumulei até agora.
Como disseram em comentários abaixo, o cacarejo de uma galinha nunca soou tão perturbador quanto na cena em que Sally entra naquele cômodo imundo da casa. A trilha e, principalmente, os efeitos sonoros, contribuem para criar um clima de desconforto no espectador, que vai aumentando conforme o filme avança.
Franklin, logo que chega à casa de seus antepassados, se mostra um bebezão mimado, fazendo gracinhas em relação à alegria dos companheiros. Mais adiante, quando se vê sozinho com a irmã, já com a noite chegando, ele nos passa todo o seu pavor ante a ideia de ficar sozinho no escuro sem a lanterna - preso à sua condição de cadeirante. Senti muita empatia pelo personagem nesse momento, pensando em como alguém numa situação dessas deve se sentir vulnerável.
O pai é uma figura muito interessante, meio ambígua. Tenta dissuadir o grupo de ir à casa de campo, no começo do filme, mas depois, quando o estrago já está feito, traz à tona seu lado sádico - no trajeto de caminhonete até sua casa, enquanto fica dando pancadas com o cabo de vassoura em Sally e, depois, quando vibra feito criança por ver o vovô tentando abater a moça. Mesmo não sentindo prazer em matar, como revela na mesa de jantar, é inegável que assistir a outra pessoa matando lhe causa, sim, prazer.
Pra mim, uma das cenas mais doentias foi a do vovô chupando o dedo de Sally, indicando que, por não poder mais mastigar carne humana, devido à falta dos dentes, o que lhe resta é "tomar sopa de canudinho".
Parece que o diretor teve o cuidado de transformar em icônica cada aparição de Leatherface em cena. Mais alto que a média, corpulento, meio desengonçado, nosso tão querido assassino com problemas mentais deve ter causado um pavor medonho em quem pôde conferir o filme pela primeira vez nos cinemas, nos idos dos 70's. Quando o pai chega em casa trazendo Sally amarrada, tem-se a impressão de que o grandalhão está usando uma peruca, mais ou menos caracterizado como uma mulher idosa. Entendi isso como uma clara referência a Ed Gein (e também, por beber na mesma fonte, a Norman Bates de Psicose). Caracterizado assim, Leather também parece se comunicar falando coisas sem sentido com uma voz fina, como se imitasse a voz da (provavelmente falecida) mãe. Em outros momentos, ele emite sons muito parecidos com o grunhido dos porcos. E aí você se pega pensando "O que se passa na cabeça de um ser humano que não fala, grunhe como um porco, imita a voz da mãe e trata qualquer outro ser humano - com exceção apenas de sua família - como animais num abatedouro?".
Importante comentar essa questão de Leatherface tratar as pessoas como animais de corte. Ao contrário de seu pai que, ao ficar sozinho com Sally na caminhonete, se diverte batendo na moça com o cabo de vassoura, nosso "herói" com a motosserra não demonstra divertimento ao capturar alguém. As primeiras vítimas são abatidas de forma extremamente prática e objetiva: marretada na cabeça para que morram e possam ser transformadas em alimento logo. Mesmo quando pendura Pam naquele gancho, ele não parece querer torturá-la, está apenas reservando-a para depois. Seus gritos incomodam-no tanto quanto devem incomodar os gritos dos animais a quem trabalha num matadouro, ou seja, não incomodam em nada! Se pendura a moça no gancho ainda viva, não é para que ela assista ao esquartejamento de seu namorado, mas apenas porque a considera fraca demais para escapar, preferindo então tirar-lhe a vida em momento mais oportuno. É gritante o modo como Leatherface desumaniza suas vítimas - e, nesse sentido, parece bem válida a leitura que alguns fazem do filme como uma espécie de manifesto vegetarianista.
O Massacre da Serra Elétrica é daqueles filmes curtos que, quando acabam, nos deixam pensando por horas em seus vários significados. Sua pouca duração não é do tipo que deixa um "gostinho de quero mais", muito pelo contrário. O que Tobe Hooper nos mostra é apenas o que precisa ser mostrado, enquanto o que sua câmera omite contribui para ficarmos imaginando um background para a história que nos deixa ainda mais incomodados. A falta de cenas mais gore, nesse caso, é positiva. Não precisamos assistir ao esquartejamento dos corpos, por exemplo, para entendermos que eles são a matéria-prima do Barbecue do pai. Está implícito.
Não me admira que esse filme tenha se tornado tão clássico e icônico. Se assisti-lo em 2017 foi uma tremenda experiência para mim, o que dizer de quem foi ao cinema em 74? É interessante que, ao ler sobre os atores e atrizes, percebemos que todos são mais conhecidos por terem participado d'O Massacre; parece que nenhum deles foi muito além disso.
Filme do tipo "desligue o cérebro e seja feliz". Tosco, muita coisa não faz sentido, cheio de questões pra se problematizar, mas ainda assim maravilhoso!
Todo mundo reparou que tem cena escondida depois de alguns créditos?
O experimento "pega fogo" mesmo a partir de um ponto específico: quando o guarda Berus descobre o plano de Tarek e recide assumir o controle total do falso presídio. Mas a combinação de fatores que permite esse assalto ao poder é demasiado exagerada. Dr. Thon está em um evento, talvez em outra cidade; Dra. Jutta deu uma saída e apenas uma espécie de estagiário está supervisionando o local. Um experimento desses com apenas três pessoas responsáveis parece muito inverossímil. E o fato do tal estagiário ficar responsável pela situação mesmo quando já haviam acontecido casos de violência e a tensão estava visivelmente aumentando me parece um mote forçado demais.
Apesar de bons pontos positivos, no geral achei que o filme não funcionou muito bem.
Acho fascinante a cultura japonesa, mas hoje em dia já não consigo deixar de problematizar vários aspectos dela, como essa loucura de suicídio em massa - assistido, inclusive por toda a família - em nome dessa "honra" patriarcal doentia que valoriza muito mais um suposto sucesso dentro da sociedade do que a própria vida humana. "Cultural", dirão alguns. E não lhes tiro a razão. Assim como tudo de ruim que já aconteceu no mundo foi, um dia, a "cultura" de um povo e de uma época.
Mesmo meio sem-graça, O Casamento de Carlitos é interessante por oferecer um belo retrato do que era (e ainda é) a hipocrisia da vida social das elites. Após enriquecerem, Tillie e Charlie passam o tempo todo discutindo entredentes ao mesmo tempo em que sorriem e fazem mesuras aos convidados. Não fossem as convenções e a necessidade de agradar a uma gente que nem conhecem, suas confusões teriam sido bem maiores.
Já tinha ouvido falar de O Som ao Redor, mas só fui conferi-lo depois de ter ido ao cinema para ver Aquarius. Sendo assim, é impossível não fazer alguma comparação entre os dois. Por exemplo, no filme de 2016 o diretor usa, em alguns momentos, um movimento de câmera que começa focando em algo, para depois "dar um salto para trás" e mostrar como o objeto focado estava longe da cena que vem em seguida. Já neste de 2012 há o movimento inverso: a câmera mostra uma cena geral, sem nada que chame a atenção, para logo depois "dar o salto para frente" e focalizar, em "close", algum objeto pequeno (como uma porca de parafuso em cima de um muro).
Alguns pontos precisam ser decifrados pelo espectador, não chegam mastigados. A cachoeira de sangue, por exemplo, pode ser interpretada como uma referência muito rápida ao fato dos três personagens (avô, neto, namorada) estarem se divertindo num lugar que é herança, a princípio da escravidão, e depois da exploração do trabalho assalariado. Muito sangue deve ter sido derramado para que Seu Francisco chegasse ao patamar onde chegou.
Uma cena que me deixou em dúvida foi a do menino que passa correndo pelo corredor, enquanto Clodoaldo e Luciene fazem sexo na casa do morador que está viajando. A princípio pensei se tratar de algo sobrenatural (como a empregada que roubava jóias em Aquarius), mas depois, relacionando essa "aparição" com o sonho da filha de Bia, interpretei como uma metáfora do diretor para algo que pairava no ar daquele bairro de classe média: o medo constante - talvez inconsciente em alguns casos - da criminalidade. Uma burguesia que se vê cada vez mais obrigada a dividir os espaços que sempre acreditou serem seus com pessoas oriundas da base da pirâmide social treme de pavor ante a ideia de ter os bens que ainda lhe restam pilhados pelos mais pobres. E esse medo parece ser tão forte que acaba ecoando até em quem não faz parte dessa classe, como é o caso dos próprios Clodoaldo e Luciene. Curioso notar que os "invasores" são sempre retratados como jovens negros e pobres - incluindo o menino em cima da árvore, que apesar da atitude suspeita, não havia cometido crime algum - enquanto o verdadeiro ladrão do bairro é um rapaz branco e rico, que pratica furtos apenas por diversão, sob a proteção incondicional do avô. O caldo da hipocrisia ganha um tempero ainda mais saboroso com as palavras que Dinho profere aos seguranças, como resposta ao tratamento recebido ao telefone por Clodoaldo: "Aqui não é favela, véio".
Apesar de serem dois ótimos filmes, gostei um pouco mais de O Som ao Redor do que de Aquarius. Acho que o brilho de Sônia Braga acabou, de certa forma, ofuscando um pouco a obra em si, o que não acontece no primeiro longa de Mendonça Filho, cujo elenco não é tão conhecido.
Ainda estou em dúvida se o filme é propositadamente escuro - a ponto de algumas cenas ficarem bem confusas - ou se o problema era do cinema onde assisti (que não era dos mais caros). Em todo caso, a fotografia não foi o pior aqui. Achei a história toda muito superficial. Tem alguns pontos positivos, como as atuações de Viola Davis e Will Smith e, no geral, é um entretenimento "ok". Mas não vai além disso: ok.
Alguns momentos dramáticos chegam a ser ridículos de tão forçados. El Diablo dizendo "Já perdi uma família, não vou perder mais essa". Fiquei pensando "Amigo, que família? Você acabou de conhecer essa galera e praticamente não teve envolvimento algum com eles". Ou o momento de redenção de Harley Queen, quando ela finge que vai se aliar a Magia e em seguida a ataca, dizendo para "Não mexer com seus amigos". Essa suposta camaradagem entre os membros do Esquadrão não convenceu em momento algum. Talvez o grande problema tenham sido os vários cortes de cenas, como o pessoal tem falado. Talvez um director's cut posterior melhore um pouco minha impressão sobre o filme. Mas levando em conta apenas o que temos até agora, não rolou.
Acho que o ponto forte de Pequena Miss Sunshine é a delicadeza com que a história é contada e as vidas dos personagens nos são mostradas. Há uma evolução muito legal que acontece com a família ao longo da viagem.
O pai escroto se torna um pouco mais sensível, o tio suicida percebe que a vida pode ser divertida, o filho antissocial descobre que no fundo não odeia todo mundo (pelo menos não sua família).
Mas quem realmente bota um sorriso bobo em nosso rosto é Olive, com seu jeitinho de criança sonhadora e sua adorável inocência. Esse é daqueles filmes que alegram nosso dia.
Uma coisa muito interessante desse filme é a mudança de perspectiva que acontece, lá pelo meio, em relação ao terror. A história vai sendo contada do ponto de vista de Amelia e, à medida em que o Babadook vai ganhando forma, ela passa a sentir medo, desespero. No entanto, depois que ela "deixa o monstro entrar" há de certa forma um alívio, pois então ela deixa de ser necessariamente dona de suas ações, sua consciência é quase que totalmente dominada por uma força que parece alheia a ela. Desse momento até quando ela vomita aquele líquido negro, quem passa a ser a principal personagem aterrorizada e em desespero é seu filho, Samuel. Após sua "possessão", Amelia se torna muito mais assustadora - tanto para o menino quanto para nós, espectadores - do que o próprio Babadook. O que foi aquela cena em que ela persegue o cachorro e depois o mata? Seu olhar estava muito mais aterrorizante do que qualquer coisa que estivesse à espreita nos cantos escuros. Acho que essa mudança do foco do terror, de Babadook para Amelia, é mais um indício que ajuda a construir a teoria de que tudo não passa de uma metáfora para a depressão. O monstro, apesar de aparentemente vir de fora, está na verdade no inconsciente da protagonista. O monstro é uma faceta de sua mente. A parte mais obscura, sombria e assustadora. Aquela que, depois de anos sendo ignorada e mantida em segredo, veio à tona com toda a força, causando estrago, e só pôde ser controlada no final, quando Amelia finalmente aprendeu que é preciso conviver com seu problema, dando o mínimo de atenção possível, mas sem fingir que ele não existia.
Encontros
3.7 47 Assista AgoraNugget ♡
Dieta de Gladiadores
4.2 47Vim para a África buscando a próxima aventura de seis meses.
Vi um elefante macho que teve a cabeça cortada.
As presas haviam sido retiradas.
O elefante inteiro ali, morto, porque alguém queria uma presa em sua mesa.
Eu tinha dinheiro e habilidades que podiam ajudar os guardas-florestais.
E escolhi dedicar a minha vida a ajudar esses caras a protegerem esses animais.
Após tomar essa decisão, entretanto, comecei a perceber que todo dia eu saía em patrulha e protegia um animal.
E ao chegar em casa, à noite, eu colocava outro animal no fogo.
E eu sabia que eu era um mentiroso.
[...]
Na minha cabeça eu justificava dizendo que há vacas o suficiente no planeta.
Elas não serão extintas.
Mas quanto mais pensava naquilo, mais eu começava a aceitar o que eu já sabia:
A forma mais fácil de proteger outros animais é simplesmente não colocá-los na boca.
O Bar
3.2 569Acho que procurar verossimilhança em cada detalhe da história é desnecessário, pois o filme claramente se permite vários exageros. O ponto aqui é refletir sobre como o ser humano toma atitudes extremas em situações extremas.
O final é cruelmente verdadeiro. Uma mulher oferece ajuda a Elena enquanto um homem a repreende: "Vai saber o que ela fez!".
X-Men: Dias de um Futuro Esquecido
4.0 3,7K Assista AgoraA comparação entre neanderthais, homo sapiens e mutantes foi sensacional!
Aladdin
3.9 1,3KFui ao cinema ontem à noite e acordei hoje cantarolando:
♪ A noite da Arááááábia, e o dia tambéééém
É sempre tão quente, mas faz com que a gente se sinta tão beem! ♪
A escolha do Will Smith para interpretar o Gênio foi maravilhosa! Encaixou perfeitamente!
Durante a Tormenta
4.0 901 Assista AgoraMalandra essa Vera, juntou o melhor das duas realidades: a filha e o bonitinho.
Terra
4.5 43Quero comer carne,
mas prefiro não ver que devemos matar o animal.
Então eu fecho os olhos.
A cada ano, o homem mata e corta 60 bilhões de animais.
60 bilhões de vidas, quase dez vezes a população humana.
Em um só ano.
Apenas os abatedouros industriais e os processos intensivos podem seguir uma demanda de carne que aumenta sem parar.
O trabalho da morte está otimizado.
É um matadouro monumental.
A produção em série foi inventada nos abatedouros no final do século 19.
Eficaz, racional, foi copiada nas usinas de automóveis.
A indústria alimentar responde a uma demanda absurda: produzir sempre mais para vender cada vez mais barato.
O ofício de abate é sofrido.
Então, tentamos não pensar muito nele.
O gesto do operário é isolado da sequência que poderia dar-lhe significação.
Não matamos mais, apenas apertamos um botão.
Não cortamos um porco, separamos uma peça.
No final, não comemos mais animais.
Comemos escalopes, bifes, pedaços...
Peças anônimas,
como se a vida nunca houvesse existido.
IO: O Último na Terra
2.2 276 Assista AgoraTodo mundo odiou esse filme, aqui em casa a gente adorou! rs
A Chefa
2.7 216 Assista AgoraEsse filme é tão maravilhosamente errado e divertido ao mesmo tempo! rs
Os Panteras Negras: Vanguarda da Revolução
4.4 28Jamais havia sequer chegado perto de compreender como eles foram foda!
Bicho de Sete Cabeças
4.0 1,1K Assista AgoraO médico toma álcool com comprimidos.
O pai não teria surtado se o filho estivesse consumindo "apenas" álcool.
A mãe fuma cigarros e toma calmantes.
Os internos da clínica são entupidos de comprimidos.
O filho fuma maconha.
O que é droga?
Bright
3.1 804 Assista AgoraQuem criou esse filme deve ter lido Tolkien louco no crack, só pode.
Star Wars, Episódio IV: Uma Nova Esperança
4.3 1,2K Assista AgoraOs efeitos especiais são incríveis para a época,
mas acho que não custava nada o George Lucas ter se inspirado em uns filmes de samurai pra coreografar melhor a cena da luta entre o Vader e o Obi-Wan.
Harry Potter e o Cálice de Fogo
4.1 1,2K Assista AgoraO medo de Hermione no final do filme, depois de saber que Voldemort está de volta, pode ser comparado (guardadas as devidas proporções, é claro) ao medo que sentiram muitos judeus na Alemanha entre o final dos anos 20 e começo dos 30, quando os nazistas começaram a conquistar cadeiras no Parlamento.
O Cálice de Fogo é uma história que sabe dosar muito bem os momentos cômicos com os mais sérios.
O Massacre da Serra Elétrica
3.7 1K Assista AgoraQue filme incrível! Se por um lado fico pensando "Por que não assisti antes?", por outro acho que talvez tenha sido melhor assim, para que pudesse apreciá-lo à luz de toda a bagagem cinematográfica que acumulei até agora.
Como disseram em comentários abaixo, o cacarejo de uma galinha nunca soou tão perturbador quanto na cena em que Sally entra naquele cômodo imundo da casa.
A trilha e, principalmente, os efeitos sonoros, contribuem para criar um clima de desconforto no espectador, que vai aumentando conforme o filme avança.
Franklin, logo que chega à casa de seus antepassados, se mostra um bebezão mimado, fazendo gracinhas em relação à alegria dos companheiros. Mais adiante, quando se vê sozinho com a irmã, já com a noite chegando, ele nos passa todo o seu pavor ante a ideia de ficar sozinho no escuro sem a lanterna - preso à sua condição de cadeirante. Senti muita empatia pelo personagem nesse momento, pensando em como alguém numa situação dessas deve se sentir vulnerável.
O pai é uma figura muito interessante, meio ambígua. Tenta dissuadir o grupo de ir à casa de campo, no começo do filme, mas depois, quando o estrago já está feito, traz à tona seu lado sádico - no trajeto de caminhonete até sua casa, enquanto fica dando pancadas com o cabo de vassoura em Sally e, depois, quando vibra feito criança por ver o vovô tentando abater a moça. Mesmo não sentindo prazer em matar, como revela na mesa de jantar, é inegável que assistir a outra pessoa matando lhe causa, sim, prazer.
Pra mim, uma das cenas mais doentias foi a do vovô chupando o dedo de Sally, indicando que, por não poder mais mastigar carne humana, devido à falta dos dentes, o que lhe resta é "tomar sopa de canudinho".
Parece que o diretor teve o cuidado de transformar em icônica cada aparição de Leatherface em cena. Mais alto que a média, corpulento, meio desengonçado, nosso tão querido assassino com problemas mentais deve ter causado um pavor medonho em quem pôde conferir o filme pela primeira vez nos cinemas, nos idos dos 70's.
Quando o pai chega em casa trazendo Sally amarrada, tem-se a impressão de que o grandalhão está usando uma peruca, mais ou menos caracterizado como uma mulher idosa. Entendi isso como uma clara referência a Ed Gein (e também, por beber na mesma fonte, a Norman Bates de Psicose). Caracterizado assim, Leather também parece se comunicar falando coisas sem sentido com uma voz fina, como se imitasse a voz da (provavelmente falecida) mãe. Em outros momentos, ele emite sons muito parecidos com o grunhido dos porcos. E aí você se pega pensando "O que se passa na cabeça de um ser humano que não fala, grunhe como um porco, imita a voz da mãe e trata qualquer outro ser humano - com exceção apenas de sua família - como animais num abatedouro?".
Importante comentar essa questão de Leatherface tratar as pessoas como animais de corte. Ao contrário de seu pai que, ao ficar sozinho com Sally na caminhonete, se diverte batendo na moça com o cabo de vassoura, nosso "herói" com a motosserra não demonstra divertimento ao capturar alguém. As primeiras vítimas são abatidas de forma extremamente prática e objetiva: marretada na cabeça para que morram e possam ser transformadas em alimento logo. Mesmo quando pendura Pam naquele gancho, ele não parece querer torturá-la, está apenas reservando-a para depois. Seus gritos incomodam-no tanto quanto devem incomodar os gritos dos animais a quem trabalha num matadouro, ou seja, não incomodam em nada! Se pendura a moça no gancho ainda viva, não é para que ela assista ao esquartejamento de seu namorado, mas apenas porque a considera fraca demais para escapar, preferindo então tirar-lhe a vida em momento mais oportuno. É gritante o modo como Leatherface desumaniza suas vítimas - e, nesse sentido, parece bem válida a leitura que alguns fazem do filme como uma espécie de manifesto vegetarianista.
O Massacre da Serra Elétrica é daqueles filmes curtos que, quando acabam, nos deixam pensando por horas em seus vários significados. Sua pouca duração não é do tipo que deixa um "gostinho de quero mais", muito pelo contrário. O que Tobe Hooper nos mostra é apenas o que precisa ser mostrado, enquanto o que sua câmera omite contribui para ficarmos imaginando um background para a história que nos deixa ainda mais incomodados. A falta de cenas mais gore, nesse caso, é positiva. Não precisamos assistir ao esquartejamento dos corpos, por exemplo, para entendermos que eles são a matéria-prima do Barbecue do pai. Está implícito.
Não me admira que esse filme tenha se tornado tão clássico e icônico. Se assisti-lo em 2017 foi uma tremenda experiência para mim, o que dizer de quem foi ao cinema em 74? É interessante que, ao ler sobre os atores e atrizes, percebemos que todos são mais conhecidos por terem participado d'O Massacre; parece que nenhum deles foi muito além disso.
A Babá
3.1 960 Assista AgoraFilme do tipo "desligue o cérebro e seja feliz". Tosco, muita coisa não faz sentido, cheio de questões pra se problematizar, mas ainda assim maravilhoso!
Todo mundo reparou que tem cena escondida depois de alguns créditos?
A Experiência
3.8 221Achei a ideia boa, mas não muito bem executada.
O experimento "pega fogo" mesmo a partir de um ponto específico: quando o guarda Berus descobre o plano de Tarek e recide assumir o controle total do falso presídio. Mas a combinação de fatores que permite esse assalto ao poder é demasiado exagerada. Dr. Thon está em um evento, talvez em outra cidade; Dra. Jutta deu uma saída e apenas uma espécie de estagiário está supervisionando o local. Um experimento desses com apenas três pessoas responsáveis parece muito inverossímil. E o fato do tal estagiário ficar responsável pela situação mesmo quando já haviam acontecido casos de violência e a tensão estava visivelmente aumentando me parece um mote forçado demais.
Apesar de bons pontos positivos, no geral achei que o filme não funcionou muito bem.
47 Ronins
3.2 1,1K Assista AgoraFilme clichezão, herói branco no meio dos japoneses, essa fórmula hollywoodiana já batida, mas é legalzinho, um bom entretenimento.
Acho fascinante a cultura japonesa, mas hoje em dia já não consigo deixar de problematizar vários aspectos dela, como essa loucura de suicídio em massa - assistido, inclusive por toda a família - em nome dessa "honra" patriarcal doentia que valoriza muito mais um suposto sucesso dentro da sociedade do que a própria vida humana.
"Cultural", dirão alguns. E não lhes tiro a razão. Assim como tudo de ruim que já aconteceu no mundo foi, um dia, a "cultura" de um povo e de uma época.
O Casamento de Carlitos
3.7 16Mesmo meio sem-graça, O Casamento de Carlitos é interessante por oferecer um belo retrato do que era (e ainda é) a hipocrisia da vida social das elites. Após enriquecerem, Tillie e Charlie passam o tempo todo discutindo entredentes ao mesmo tempo em que sorriem e fazem mesuras aos convidados. Não fossem as convenções e a necessidade de agradar a uma gente que nem conhecem, suas confusões teriam sido bem maiores.
O Som ao Redor
3.8 1,1K Assista AgoraJá tinha ouvido falar de O Som ao Redor, mas só fui conferi-lo depois de ter ido ao cinema para ver Aquarius. Sendo assim, é impossível não fazer alguma comparação entre os dois. Por exemplo, no filme de 2016 o diretor usa, em alguns momentos, um movimento de câmera que começa focando em algo, para depois "dar um salto para trás" e mostrar como o objeto focado estava longe da cena que vem em seguida. Já neste de 2012 há o movimento inverso: a câmera mostra uma cena geral, sem nada que chame a atenção, para logo depois "dar o salto para frente" e focalizar, em "close", algum objeto pequeno (como uma porca de parafuso em cima de um muro).
Alguns pontos precisam ser decifrados pelo espectador, não chegam mastigados. A cachoeira de sangue, por exemplo, pode ser interpretada como uma referência muito rápida ao fato dos três personagens (avô, neto, namorada) estarem se divertindo num lugar que é herança, a princípio da escravidão, e depois da exploração do trabalho assalariado. Muito sangue deve ter sido derramado para que Seu Francisco chegasse ao patamar onde chegou.
Uma cena que me deixou em dúvida foi a do menino que passa correndo pelo corredor, enquanto Clodoaldo e Luciene fazem sexo na casa do morador que está viajando. A princípio pensei se tratar de algo sobrenatural (como a empregada que roubava jóias em Aquarius), mas depois, relacionando essa "aparição" com o sonho da filha de Bia, interpretei como uma metáfora do diretor para algo que pairava no ar daquele bairro de classe média: o medo constante - talvez inconsciente em alguns casos - da criminalidade. Uma burguesia que se vê cada vez mais obrigada a dividir os espaços que sempre acreditou serem seus com pessoas oriundas da base da pirâmide social treme de pavor ante a ideia de ter os bens que ainda lhe restam pilhados pelos mais pobres. E esse medo parece ser tão forte que acaba ecoando até em quem não faz parte dessa classe, como é o caso dos próprios Clodoaldo e Luciene. Curioso notar que os "invasores" são sempre retratados como jovens negros e pobres - incluindo o menino em cima da árvore, que apesar da atitude suspeita, não havia cometido crime algum - enquanto o verdadeiro ladrão do bairro é um rapaz branco e rico, que pratica furtos apenas por diversão, sob a proteção incondicional do avô. O caldo da hipocrisia ganha um tempero ainda mais saboroso com as palavras que Dinho profere aos seguranças, como resposta ao tratamento recebido ao telefone por Clodoaldo: "Aqui não é favela, véio".
Apesar de serem dois ótimos filmes, gostei um pouco mais de O Som ao Redor do que de Aquarius. Acho que o brilho de Sônia Braga acabou, de certa forma, ofuscando um pouco a obra em si, o que não acontece no primeiro longa de Mendonça Filho, cujo elenco não é tão conhecido.
Aquarius
4.2 1,9K Assista AgoraUma mulher de 65 anos que fuma maconha e faz sexo com um garoto de programa: quem melhor do que a divíssima Sônia Braga para interpretar tal papel?
Aquarius é daqueles filmes que nos enchem de orgulho pelo fato de ser brasileiro. 2h20min que passaram voando!
Esquadrão Suicida
2.8 4,0K Assista AgoraAinda estou em dúvida se o filme é propositadamente escuro - a ponto de algumas cenas ficarem bem confusas - ou se o problema era do cinema onde assisti (que não era dos mais caros).
Em todo caso, a fotografia não foi o pior aqui. Achei a história toda muito superficial. Tem alguns pontos positivos, como as atuações de Viola Davis e Will Smith e, no geral, é um entretenimento "ok". Mas não vai além disso: ok.
Alguns momentos dramáticos chegam a ser ridículos de tão forçados. El Diablo dizendo "Já perdi uma família, não vou perder mais essa". Fiquei pensando "Amigo, que família? Você acabou de conhecer essa galera e praticamente não teve envolvimento algum com eles". Ou o momento de redenção de Harley Queen, quando ela finge que vai se aliar a Magia e em seguida a ataca, dizendo para "Não mexer com seus amigos". Essa suposta camaradagem entre os membros do Esquadrão não convenceu em momento algum. Talvez o grande problema tenham sido os vários cortes de cenas, como o pessoal tem falado. Talvez um director's cut posterior melhore um pouco minha impressão sobre o filme. Mas levando em conta apenas o que temos até agora, não rolou.
Pequena Miss Sunshine
4.1 2,8K Assista AgoraAcho que o ponto forte de Pequena Miss Sunshine é a delicadeza com que a história é contada e as vidas dos personagens nos são mostradas. Há uma evolução muito legal que acontece com a família ao longo da viagem.
O pai escroto se torna um pouco mais sensível, o tio suicida percebe que a vida pode ser divertida, o filho antissocial descobre que no fundo não odeia todo mundo (pelo menos não sua família).
Mas quem realmente bota um sorriso bobo em nosso rosto é Olive, com seu jeitinho de criança sonhadora e sua adorável inocência.
Esse é daqueles filmes que alegram nosso dia.
O Babadook
3.5 2,0KUma coisa muito interessante desse filme é a mudança de perspectiva que acontece, lá pelo meio, em relação ao terror. A história vai sendo contada do ponto de vista de Amelia e, à medida em que o Babadook vai ganhando forma, ela passa a sentir medo, desespero. No entanto, depois que ela "deixa o monstro entrar" há de certa forma um alívio, pois então ela deixa de ser necessariamente dona de suas ações, sua consciência é quase que totalmente dominada por uma força que parece alheia a ela. Desse momento até quando ela vomita aquele líquido negro, quem passa a ser a principal personagem aterrorizada e em desespero é seu filho, Samuel. Após sua "possessão", Amelia se torna muito mais assustadora - tanto para o menino quanto para nós, espectadores - do que o próprio Babadook. O que foi aquela cena em que ela persegue o cachorro e depois o mata? Seu olhar estava muito mais aterrorizante do que qualquer coisa que estivesse à espreita nos cantos escuros.
Acho que essa mudança do foco do terror, de Babadook para Amelia, é mais um indício que ajuda a construir a teoria de que tudo não passa de uma metáfora para a depressão. O monstro, apesar de aparentemente vir de fora, está na verdade no inconsciente da protagonista. O monstro é uma faceta de sua mente. A parte mais obscura, sombria e assustadora. Aquela que, depois de anos sendo ignorada e mantida em segredo, veio à tona com toda a força, causando estrago, e só pôde ser controlada no final, quando Amelia finalmente aprendeu que é preciso conviver com seu problema, dando o mínimo de atenção possível, mas sem fingir que ele não existia.